A Misericórdia de Penafiel inaugurou, este sábado à tarde, uma cozinha construída de raiz, valência há muito aguardada, que irá servir mais cerca de 400 refeições diárias e que está orçada em mais de 400 mil euros.

O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Penafiel, Joaquim Barbosa Esteves, destacou que a nova valência é uma mais-valia para a instituição que foi alvo de uma intervenção profunda, reunindo todas as condições para acolher os utentes.

“Este espaço era uma antiga adega que foi convertida numa cozinha, está inserida no mesmo prédio, pelo que optamos por remodelar este espaço, evitando ter que fazer a cozinha num prédio novo. Pelo que tivemos que remodelar tudo e fazer um outro espaço ao lado deste que funciona como estrutura de apoio”, disse, salientando que a cozinha tem capacidade para servir cerca de 400 refeições, mas pode ir às 500 refeições.

Além dos utentes da Misericórdia de Penafiel, a cozinha irá também servir os utentes da valência do apoio domiciliário.

“Todas as refeições sairão desta cozinha, sendo depois distribuídas pelos lares”, realçou, confirmando que o investimento realizado só a expensas da instituição foi de cerca de 480 mil euros, sendo o restante montante financiado pelo Portugal 2020.

O responsável pela Santa Casa da Misericórdia de Penafiel confirmou que esta era uma obra há muito desejada por todos.

“Estou na instituição há 14 anos, percorri quase todos os lugares da Misericórdia, fui tesoureiro, vice-provedor, sou ainda o responsável pela parte das obras e da parte agrícola, importa recordar que a instituição produz tudo no seu espaço para fazer as refeições para os seus utentes, pelo que construção da cozinha sempre foi um sonho ambicionado por todos. É uma obra que irá servir todos os utentes que estão instalados nas nossas valências e que irá permitir ganhos de escala”, acrescentou.

O presidente da Câmara de Penafiel, Antonino de Sousa, confirmou que esta é uma valência fundamental para a instituição, para os seus utentes, que beneficia de excelentes condições e que vai possibilitar obter ganhos de escala.

“É efetivamente um investimento importante, estamos a falar da reformulação profunda de um espaço que foi transformado para dar apoio a todas as valências da Santa Casa da Misericórdia. Serão servidas cerca de 400 refeições por dia e, portanto, há aqui ganhos significativos do ponto de vista da qualidade do serviço prestado, mas, também,  em termos de poupança, porque passa a existir uma economia de escala que permite rentabilizar os meios e, nessa medida, poupar de forma muito significativa e isso, hoje em dia, é essencial e significativo para as instituições  de caráter social, que têm de gerir com muito rigor todos os cêntimos do seu orçamento”, atalhou.

O responsável pelo executivo municipal esclareceu que tem sido apanágio e critério do município alocar verbas para as instituições de carácter social, permitindo, assim que estas possam cumprir com os desafios com que estão confrontadas.

“A autarquia procurou neste e noutros processos que surgiram ao longo destes últimos anos alocar verbas do nosso Plano de Desenvolvimento e Coesão Territorial da Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa, de que fazemos parte, e com essas verbas, que são fundos comunitários destinados ao município de Penafiel, procuramos que fossem direcionadas para instituições que delas careciam e que tinham projetos para serem financiados”, expressou.

O chefe do executivo municipal enfatizou, também, o facto das verbas resultantes dos fundos comunitários terem sido efetivamente bem aplicadas, podendo servir ainda melhor os utentes da instituição.  

“Neste caso o que aconteceu foi exatamente isso, uma verba que ultrapassou os 300 mil euros que foi alocada a esta intervenção, o que permitiu à Santa Casa da Misericórdia fazer a obra com um esforço financeiro bastante menor, apenas a parte da componente privada que lhe coube assumir. Portanto, estamos satisfeitos por verificarmos que esse dinheiro, que é de verbas comunitárias, estavam direcionadas para o município, mas que o executivo pode alocar para este projeto, foram efetivamente bem aplicadas”, acrescentou, sublinhando que uma parte da obra não era suscetível de financiamento, mas na parte que era suscetível de ser financiada, o financiamento atingiu os 85%.

“É uma coparticipação significativa e importante para que a obra se tivesse concretizado”, acrescentou, enaltecendo o facto de esta inauguração ter acontecido integrada nas comemorações dos 252 anos de elevação de Penafiel a cidade.

“É uma coincidência feliz esta inauguração acontecer enquadrada no programa das comemorações da cidade. Tem um sabor ainda mais especial, na medida, em que no ano passado não foi possível praticamente assinalar o nosso aniversário, há dois anos, logo depois da nossa sessão solene, o país entrou em confinamento. Felizmente que do ponto de vista da crise sanitária as coisas estão a normalizar e foi possível que a sessão solene se tivesse realizado e hoje vemos a nossa cidade e o concelho a avançarem e verificamos que paulatinamente tudo vai regressando à normalidade”, manifestou.

Refira-se que além da inauguração da cozinha, foi também benzida uma carrinha que irá servir para proceder ao transporte de alimentos.