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(C/VÍDEO) Refugiados ucranianos deixam palavras de gratidão e agradecem acolhimento à chegada a Paredes

Refugiados ucranianos deixam palavras de gratidão e agradecem acolhimento à chegada a Paredes

21 refugiados ucranianos, mulheres, crianças e jovens, chegaram, ao início da manhã a Paredes, depois de terem feito uma longa viagem desde a fronteira da Ucrânia com a Polónia, numa iniciativa do município de Paredes, em conjunto com alguns parceiros locais e que envolveu vários voluntários.

A comitiva de ucranianos foi recebida pelo presidente da Câmara de Paredes, Alexandre Almeida, e demais executivo municipal, depois de uma longa viagem de vários dias que culminou com a chegada em segurança de todos os deslocados da Ucrânia.

À chegada a Paredes, ao edifício dos paços do concelho, foram vários os ucranianos e familiares que manifestaram o seu agrado e expressaram o seu agradecimento pelo hospitalidade da comunidade de Paredes e do povo português.

Alexandre Almeida referiu que esta foi uma semana de emoções fortes, depois do município de Paredes, em conjunto com alguns parceiros locais, ter iniciado uma ação humanitária para o transporte de 21 refugiados ucranianos, mulheres, crianças e jovens, para Portugal, que terminou da melhor maneira.

“Quero antes de mais agradecer aos vários parceiros que participaram nesta ação humanitária, aos voluntários e à sociedade civil que de uma forme empenhada se disponibilizaram a ir à fronteira da Polónia/Ucrânia para recolher refugiados. Hoje foi muita expetativa que vimos esse esforço terminar com êxito. Espero que as famílias que irão acolher estes deslocados da guerra lhes proporcionem o maior conforto que lhes possam proporcionar, porque, de facto, estamos a falar de cidadãos que estão a viver uma experiência traumatizante e que espero que o mais rapidamente possível possam regressar novamente à Ucrânia”, disse.

O chefe do executivo paredense recordou que algumas destas famílias irão ficar em Paredes.

“Este contacto partiu de famílias ucranianas que já estavam em Paredes. Havia três pessoas que estavam sinalizadas para vir para Paredes, que acabaram por vir de avião, mas o que é certo é que as outras pessoas que estavam com elas não tiveram a mesma sorte e tivemos a oportunidade de as acolher e chegaram, esta quarta-feira, a Paredes”, afirmou, sustentado que esta ação contou com o apoio de empresas, uma das quais disponibilizou três viaturas, tendo a autarquia destinado uma verba para suportar os custos do combustível e portagens de três viaturas.

O autarca relembrou, ainda, que o município continua com a Linha Direta (255 788 931) ativa de apoio a refugiados da Ucrânia no que diz respeito à oferta de alojamento temporário, à doação de bens alimentares e a ofertas de emprego.

“Temos cada vez mais contactos, cada vez mais pessoas a disponibilizarem alojamentos e mais empresas a disponibilizarem postos de trabalho e cada vez mais pessoas a deixarem no município mais alimentos e medicamentos”, acrescentou.

Filipa Vicente,  de Cascais, de uma família de acolhimento, realçou, ao Novum Canal, que ninguém pode ficar indiferente ao drama destes deslocados e à crise humanitária que tem feito  com que milhões de pessoas  estejam a fugir da Ucrânia, na sequência da invasão da Rússia.

“Eu e a minha filha chegamos ontem à Trofa,  temos família na Trofa, onde pernoitamos, para hoje logo pela manhã estarmos em Paredes. Somos uma família de acolhimento. Inscrevemo-nos numa plataforma internacional há cerca de uma semana e meia como possível família de acolhimento, vivemos numa vivenda, temos um quarto disponível e a partir do momento em que procedemos à inscrição foi tudo muito rápido. Foi-nos atribuída uma primeira família que, entretanto, acabou por não vir porque conseguiram acolhimento na Polónia, mas logo depois foi-nos atribuída esta família que acabou de chegar, que é constituída por uma mãe e uma menina de 12 anos”, disse.

Filipa Vicente destacou manifestou estar expetante para conhecer melhor esta família, garantido estar disponível para lhes proporcionar todo o apoio que seja necessário.

“Começamos a trocar contactos na terça-feira passada,  sabemos que estiveram três noites do aeroporto de Varsóvia para tentar apanhar um voo para Portugal não conseguiram e depois tiveram conhecimento das carrinhas portuguesas que iam sair de Varsóvia e comunicaram-nos que tinham conseguido uma carrinha para Portugal. Sabíamos que viriam para a zona do Porto e depois através da matrícula da carrinha conseguimos chegar à Câmara de Paredes. Logo de imediato apresentamo-nos e eles também ficaram agradecidos. Foi tudo muito rápido, às vezes as coisas mudam de um momento para o outro, mas o mais importante é que conseguimos estar aqui com elas”, adiantou.

Filipa Vicente avançou  que esta não é a primeira vez que acolhe outros cidadãos na sua residência, embora esta seja uma situação especial.

“Já tinha acolhido outras pessoas, mas seguramente que esta é uma situação diferente. Estamos a falar de cidadãos que vêm de um país em guerra, mas já tínhamos recebido uma menina argentina em Erasmus e outras pessoas. Claro que cada história é uma experiência diferente e temos que nos saber adaptar. Temos noção que estas pessoas vêm com muitas dificuldades, não fazemos ideia quanto tempo é que irão ficar connosco, nem o que querem fazer. Não lhes perguntei porque isso não ia fazer diferença no nosso acolhimento. Achei que essas conversas eram para ter depois, com tempo, depois do banho tomado, comida na mesa, uma boa soneca feita”, frisou, reconhecendo que a comunidade internacional está a viver um verdadeiro drama humano.

“Vêm para uma família que não conhecem, para um país que não conhecem, não faço ideia se têm contactos em Portugal, se já vieram alguma vez ao nosso país”, manifestou, repudiando a invasão da Ucrânia pela Rússia.

“Isto não tem lógica nenhuma, não dá para entender. Em pleno século XXI isto não deveria existir. Não é assim que se resolvem as coisas”, acrescentou.

Carolina Caixeiro, filha de Filipa Vicente, mostrou-se igualmente solidária com o povo ucraniano e com o verdadeiro drama que está a atingir esta comunidade.

“Vejo as pessoas que acolhemos na nossa habitação como amigos. Para mim são amigos é como ir para a faculdade e conhecer pessoas novas. É desta forma que analiso esta experiência. O que se está a passar é muito triste, não faz sentido alguém achar que esta guerra é uma coisa normal. Não é com conflitos, nem com bombardear países que se resolvem estas situações”, atalhou.

Outra cidadã ucraniana, residente em Portugal há seis anos, estava igualmente agradecida e expectante de ver a cunhada e um filho desta por integraram a motiva de refugiados que chegaram esta manhã.

“Elas vivem no centro da Ucrânia e devido aos bombardeamentos e à situação no país optaram por sair. A cidade onde a minha cunhada residia não tinha sido ainda atingida, mas ultimamente os bombardeamentos começaram a intensificar-se e ela decidiu mesmo sair do país. Estive sempre em contacto com ela, com os meus pais e o meu irmão”, sublinhou, adiantando que a viagem foi difícil e a ansiedade para saírem do país e chegarem a bom porto foi crescendo.

“Só para saírem da Ucrânia  ficaram cerca de três dias, o trânsito dificultou imenso. O medo de que pudesse acontecer alguma coisa esteve sempre presente”, referiu, mostrando-se grata pelo apoio que todos os parceiros e a Câmara de Paredes facultou aos deslocados desta guerra.

 “Elas estiveram na Polónia, mas a opção acabou por recair em virem para Fátima, Ourem. Elas irão viver connosco. Há seis anos que não estava com elas, pelo que este foi um momento único. Já falei com elas, estou agradecida pelo apoio e pelo facto de terem conseguido chegar bem e em segurança”, adiantou, esclarecendo que tinha planos para se deslocar à Ucrânia, mas com o rebentar da Guerra tudo ficou mais difícil.

A cidadã ucraniana declarou, ainda, não entender as razões pelas quais a Rússia decidiu invadir um país soberano.

“Acredito que o fim da guerra irá depender dos governos e em especial do presidente da Rússia. Não entendo porque decidiram desta forma. Acho que as coisas deveriam ter sido resolvidas de outra maneira”, atalhou, referindo que tem ainda familiares na capital do país, em Kiev, nomeadamente, uma tia.

“Obviamente que também estou preocupada, sei que já teve dificuldades com o abastecimento de comida, já passou fome. Há falta de água, luz, as temperaturas negativas dificultam imenso”, avançou.

Zoia Melnic, também cidadã ucraniana, que reside em Portugal há 22 anos, em Santo Tirso, relevou, igualmente, o apoio da comunidade portuguesa e das ucranianos a residir no país que em colaboração com as autoridades têm procurado dar uma resposta para os inúmeros ucranianos atingidos pela guerra.

“Quando a minha família decidiu vir para Portugal, comecei  logo de imediato a procurar contactos através das redes sociais e foi quando soube que o senhor Raúl estava a ajudar. Contactei-o e ele ajudou-me imenso. Tenho família perto de Kiev, a esposa do meu primo felizmente conseguir chegar a Portugal com uma filha. O marido e o pai e os sogros ficaram. Foi uma alegria imensa ter conseguido abraçá-los. Agora sei que estão bem. Infelizmente há outras pessoas que ainda não conseguiram sair”, disse, adiantando que esteve sempre em contacto com a esposa do seu primo.

Zoia Melnic admitiu que a viagem foi difícil, mas reconheceu que as equipas no terreno foram excecionais.

“Ela fala um pouco inglês, mas o stress era imenso, havia sempre a incerteza de que alguma coisa pudesse correr mal, mas todos ajudaram e felizmente ela consegui chegar com segurança e está connosco”, confessou, censurando uma guerra que ninguém entende, mas que está a dizimar vidas e a criar inúmeras dificuldades.

“Tenho um irmão que reside na Rússia. O meu marido tem, também, uma neta que mora em Moscovo e a guerra criou esta divisão. Muitas pessoas estão indignadas. Não é assim que se resolvem os conflitos. A guerra acabou por dividir muitas famílias”, frisou, mostrando-se expetante que a guerra cesse.

“Queria que terminasse, mas não vejo da parte dos governantes vontade de resolverem esta situação o mais rápido possível”, atalhou.

Zoia Melnic realçou, também, o apoio que toda a comunidade de Santo Tirso tem prestado à comunidade ucraniana.

“Agradeço aos portugueses e aos muitos que nos ajudaram a chegar. Estamos a falar de pessoas que não tinham nada, vieram à sua sorte, sem nenhuns bens, mas felizmente tudo correu bem”, acrescentou.

Recorde-se que esta ação tinha como objetivo o transporte de 21 refugiados ucranianos, designadamente mulheres, crianças e jovens, para Portugal. A autarquia destinou uma verba para suportar os custos do combustível e portagens das três viaturas.

Refira-se, ainda, que os seis voluntários que partiram em direção à fronteira da Ucrânia com a Polónia, entregaram os bens, recolhidos previamente, à Cruz Vermelha.

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