O mais recente trabalho do historiador penafidelense “Anais de Penafiel III (1951/1975)”, José F. Coelho Ferreira, que comemora “40 anos, 40 livros a escrever Penafiel” foi apresentado, esta sexta-feira, na Biblioteca de Penafiel, perante uma plateia que contou com a presença da vereadora da cultura e património, Susana Oliveira, e várias amigos e seguidores da obra do autor.
A obra, agora editada, reúne historicamente este período, nos vários aspetos da vida pública, social e cultural, que o autor ao longo dos anos descreveu no jornal “O Penafidelense”.
O livro, o terceiro volume, tem 854 páginas e surge depois das publicações do I (1900/1925), em 2008, e o II (1926/1950), em 2015.
A vereadora com os pelouros da cultura e património destacou que esta obra era para ter sido lançada no ano transato, mas a crise sanitária impediu que o lançamento da mesma fosse feito no prazo que tinha sido definido.
Susana Oliveira, na sua intervenção, enalteceu a reabertura da biblioteca municipal, depois das obras de requalificação a que foi sujeita, tendo relevado a importância do historiador Coelho Ferreira no contexto da história local.
A autarca realçou mesmo que o historiador tem sido incansável no trabalho de sistematização e inventariação da história de Penafiel, sendo, também, um apaixonado pela história local.
Falando desta obra, a vereadora reconheceu que nela estão plasmados aspetos interessantes da vida da cidade e do concelho, sendo possível encontrar curiosidades sobre diferentes aspetos das instituições e da comunidade.
A Alberto S. Santos, que fez a apresentação da obra, enfatizou o facto de Coelho Ferreira ser um autor que esteve e está ligado à dinâmica cultura do concelho, enalteceu o trabalho de sistematização e inventariação que o autor tem realizado nos últimos anos e que tem permitido conhecer e tornar acessível o passado, a consciência coletiva e a identidade cultural de Penafiel.
Alberto S. Santos recordou que Coelho Ferreira tem uma investigação de escrita, está a comemorar 40 anos, 40 livros a escrever Penafiel, reconhecendo que é justo assinalar este labor pela inventariação e sistematização da informação dos factos mais relevantes destes últimos 75 sanos.
Alberto S. Santos deixou, ainda, o desafio para que o nome de Coelho Ferreira seja perpetuado numa rua ou numa praça e desafiou, ainda, o historiador Coelho Ferreira a completar os restantes 25 anos que faltam para que a história local de Penafiel no século XX fique completa.
Referindo-se aos “Anais de Penafiel III”, Alberto S. Santos declarou que a obra faz uma compilação de eventos nos últimos 25 anos, confirmando que esta é uma obra que os penafidelenses devem ter como instrumento de consulta.
Alberto S. Santos declarou que os eventos e acontecimentos que se encontram plasmadas nesta obra são ainda muito recentes e acompanham momentos que marcaram a vida do concelho, nomeadamente o quartel de Penafiel, infraestruturas públicas relevantes, o abastecimento de água e saneamento no concelho, equipamentos e serviços, movimentos associativos e clubes como o FC Penafiel, o Clube de Convívio e Cultura, a Sociedade Columbófila Penafidelense, entre outros.
O escritor Alberto S. Santos recordou, ainda, que a obra de Coelho Ferreira integra aspetos da vida politica e social, assim como da vida empresarial, as casas comerciais, a inauguração do Cineteatro S. Martinho, assim como integra referências à Festa do Lago e alude a figuras como D. António Ferreira Gomes, ao Padre Américo, e até de uma visita de Baltasar Rebelo de Sousa, pai do atual Presidente da República ao concelho.
A obra enfatiza, também, o papel de figuras como Barbosa de Melo, personagem que marcou a vida política local e nacional, foi presidente da Assembleia da República e presidente da Assembleia Municipal de Penafiel, mas, também, José da Paz Brandão Rodrigues, licenciado em Medicina e Cirurgia pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.
O historiador Coelho Ferreira, na sua intervenção, agradeceu ao jornal O Penafidelense, um dos mais antigos do distrito do Porto e a nível nacional, a possibilidade concedida de ao longo de vários anos partilhar excertos da sua abundante obra.
No âmbito cultural, o autor relembrou, também, a sua colaboração em várias revistas e jornais de Penafiel, como a “Revista Confluência, Boletim Municipal de Cultura da Câmara Municipal de Penafiel, Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa e nos jornais Notícias de Penafiel, Jornal de Penafiel e Penafiel”.
O autor, que tem uma vasta obra sobre Penafiel, manifestou, por outro lado, que ao longo destes anos procurou retratar, condensar e inventariar aspetos relevantes da vida da cidade e do concelho, assumindo ter uma dívida de gratidão à sua família e deixando elogios ao arquivo e biblioteca municipal, ao museu municipal e a outras instituições que que possibilitaram que tivesse conseguido retratar em livros a evolução de Penafiel.
O autor, na sua alocução, relembrou a determinação e a resiliência do povo ucraniano na sua luta pela liberdade.
Refira-se que Coelho Ferreira é natural da freguesia de Galegos, Penafiel, e reside em Santa Marta, tendo sido um dos “fundadores da secção do Partido Social Democrata (PPD) de Penafiel, em 1974, deputado da Assembleia Municipal de 1976 a 2017”, tendi sido dirigente de várias instituições.
Foi fundador do “Círculo Cultural Penafidelense, da Associação de Escritores Jornalistas e Artistas do Vale do Sousa, da Associação de Amigos do Museu Municipal de Penafiel, da Associação de Amigos da Biblioteca Municipal de Penafiel e dos Amigos do Arquivo Municipal de Penafiel”.
A apresentação do livro “Anais de Penafiel III (1951/1975)”, contou, ainda, com um momento musical que esteve a cargo do “Grupo de Guitarras de Penafiel”.
Recorde-se, ainda que entre 1981 e 2021, o autor escreveu livros como “Apontamentos Sobre S. Salvador de Galegos (1981); Colégio de N.ª S.ª do Carmo de Penafiel (1982, 1994, 2000); A Iluminação Pública em Penafiel (1984); O Caminho de Ferro de Penafiel à Lixa e Entre-os-Rios (1986, 1993, 2000, 2012); Padre Américo Voda e Obra (1987, 1989, 20007); As Freguesias do Bispado de Penafiel (1987)”.
Fazem parte do seu vasto espólio literário obras como “O 4.º Centenário da Índia (1998); História dos Bombeiros de Penafiel (1990); Os Forais de Entre-os-Rios (1991/2, 1994); Abílio Miranda. O Homem, O Penafidelense, o Investigador (1996); Penafiel Há Cem Anos I (1995, 2000); Futebol Clube de Penafiel – Antigos Clubes Penafidelenses (1996); António Nobre (O Poeta e Penafiel) (2000); Penafiel Há Cem Anos II (2000); Banda Musical e Cultural de Rio de Moinhos (2007); Anais de Penafiel I (1900/1925) (2008); História da Capela de S. Pedro da Boavista, Galegos, Penafiel (2009); Rios e Ribeiros de Penafiel (texto), (2009); Misericórdia de Penafiel – 5.º Centenário (2009); J. Pinto Lopes, Serviço de Transportes (séc. XIX a XXI) (2009); A Primeira República e Penafiel (Pelo Centenário) (2010); Bombeiros de Penafiel, 175 Anos de História, de 1836 a 2011 (2011)”.
Do seu acervo literário destacam-se, ainda, as seguintes obras: “O Hospital no Centro da Comunidade do Vale do Tâmega e Sousa (20II); O Benfeitor Zeferino de Oliveira, da S. C. da Misericórdia de Penafiel (2011); 1.º Centenário do Caminho de Ferro de Penafiel Há Lixa e Entre-os-Rios (2012); Igreja e Convento de S. António dos Capuchos em Penafiel (2013); O Foral de Porto Carreiro, Pelo V Centenário (2013); Núcleo de Penafiel da Liga dos Combatentes (90 Anos de História) (2014); Foral Manuelino de Frazão (Paços de Ferreira) (2014); Anais de Penafiel II (1926/1950) (2015)”.
Coelho Ferreira é também autor da “Diocese de Penafiel 1770-1778 (2016); O Cinema em Penafiel, Mais de Cem Anos de História (2016); As Festas do Corpo de Deus em Penafiel (Bol. Cult. De Vila do Conde) (2017); A Igreja da Misericórdia de Penafiel (coautor) (2018); 1. Centenário da 1.ª Grande Guerra 1914/1918,Militares de Infantaria 32, em África e França (2018); Capela de Santa Luzia, antiga Igreja de S. Martinho Moazeres (coautor) (2019); Inquirições de D. Afonso III de 1258 (2020); 450 Anos da Igreja da Matriz de Penafiel (coautor) (2021); Anais de Penafiel III (1951/1975) (2021)”.