O departamento de Ciências Sociais e Humanas da Escola Secundária de Penafiel promoveu, esta tarde, as Jornadas do Empreendedorismo, numa perspetiva da importância do empreendedorismo na sociedade atual, mas, também, da ligação da escola ao mercado de trabalho e às empresas.
A iniciativa contou com a presença representante da Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa, Ester Silva, que fez uma apresentação das potencialidades deste vasto território, oportunidades e desafios, tendo falado, também, nos instrumentos de linhas de apoio que estão disponíveis e podem ser usadas, neste domínio.
O diretor do Centro de Emprego de Penafiel, Sousa Pinto, fez uma abordagem sobre as ofertas de emprego na região.
Sousa Pinto destacou, em declarações ao Novum Canal, já após a sua curta intervenção nestas jornadas, a importância deste tema no percurso académico dos alunos, no mercado de trabalho e na vidas das empresas.
“Podemos ser empreendedores no trabalho, na escola, na vida social. Na sociedade atual é determinante que os alunos, findo os seus estudos no secundário, na universidade e após os estudos universitários, sejam empreendedores de forma a que consigam fazer a diferença nas empresas, na comunidade e nos vários contextos em que irão atuar. O nome de António Rocha, ex- aluno, fundador da empresa Smartex e vencedor da do PITCH da web summit é claramente o nome de alguém determinado, ousado que não desistiu de lutar pelos seus objetivos perante as adversidades e que é simultaneamente um exemplo do que é ser empreendedor”, disse.
Sousa Pinto admitiu que o Instituto de Emprego e Formação Profissional tem um papel relevante no desenvolvimento do empreendedorismo, na medida em que dispõe de instrumentos financeiros e de projetos que ajudam a materializar e a dar forma a muitos desses projetos.
“O IEFP pode não só ajudar como pode suportar algumas iniciativas e alavancar financeiramente projetos e ideias que uma vez apoiados, com o respetivo estudo de viabilidade económica, financiamento e juros bonificados, podem ajudar a dar consistência aos projetos e transformarem os jovens em verdadeiros empreendedores/investidores”, expressou, salientando que anualmente o IEFP suporta mais de 80 projetos nos cinco concelhos que estão sob a área de influência do Centro de Emprego em diferentes áreas.
Sousa Pinto assumiu, ainda, que o desemprego jovem sendo uma preocupação é um fenómeno que tem sido minimizado com apoios dos estágios e inventivo do projeto Ativar.
“O desemprego tem expressão, mas está em níveis equivalentes ao período pré-pandemia, de 2019, e a tendência será para estabilizar, embora estejamos ainda longe do emprego pleno”, frisou.
Vítor Mota, especialista em empreendedorismo, assumiu que o empreendedorismo é o dinamizador da economia mundial, quer pela construção das novas empresas, quer mesmo dentro das estruturas empresariais, pela capacidade que tem de as melhorar, de as tornar mais eficientes.
Vítor Mota confirmou que empreendedorismo é fundamental em todas as áreas da nossa via e da nossa sociedade, manifestando que a transformação digital já aconteceu e é hoje uma realidade.
“A inteligência artificial já está no mercado. É fundamental ter competências digitais, a geração Z são nativos na área digital e mesmo no ensino é obrigatório trabalharmos estas áreas”, expressou.
António Rocha, ex- aluno, fundador da empresa Smartex e vencedor da do PITCH da web Summit entre 75 startups, concordou que existem várias formas de se ser empreendedor, sendo o empreendedorismo uma capacidade de provocar e suscitar mudanças, seja no mercado empresarial, seja na sociedade e até mesmo na capacidade de desenvolver ideias e projetos.
António Rocha assumiu, ainda, que a realização em Portugal, da maior conferência da Europa em tecnologias tem um papel relevante na captação de investimento e em mostrar que a mudança que também se faz em Portugal.
“Estou otimista quanto ao futuro, considero que estão a ser dados passos importantes no domínio do empreendedorismo, há empresas com nome no mercado internacional a escolherem o país para se fixarem, há cada vez mais pessoas a criarem o seu próprio negócio, isso está a acontecer no Norte, os próprios salários em empresas de tecnologia estão a subir, há cada vez mais competição por talentos. É evidente que podemos fazer mais. Como país e como região ainda há muito trabalho e fazer e verificamos que muitas das ajudas que se tentam implementar são boas na sua conceção, mas falham depois nos detalhes, mas, sem dúvida, que a direção está a ser tomada vai no caminho certo”, frisou.
Questionado se o Plano de Recuperação e Resiliência poderá ser uma mais-valia para as empresas e ajudar a alavancar a economia portuguesa para fazer face aos desafios com que está confrontada, António Rocha encarou com alguma preocupação o facto de muitos desses fundos não chegarem às empresas, às pessoas e a quem tem a capacidade de suscitar essa mudança.
“Verifico que esses fundos serão entregues aos organismos públicos que os irão distribuir, o que a meu ver é mais uma barreira, uma forma de criar mais uma camada intermédia entre aquilo que é a mudança executada por essas pessoas e as empresas que agrupam essas pessoas e o capital que vamos ter e que é uma oportunidade que nunca tivemos”, acrescentou.
O diretor da Escola Secundária de Penafiel, Vítor Leite, assumiu que o empreendedorismo é atualmente uma ferramenta vital não apenas para quem pretende integrar o mercado de trabalho, mas também para os alunos que optam por enveredar pelo ensino superior.
“50% dos alunos vão para o mercado de trabalho, 50% dos restantes irão seguir o ensino superior e em qualquer altura do percurso da vida de um aluno, seja qual for a sua decisão, o ser empreendedor é muito importante. Com estas jornadas pretendemos abrir portas, dar a conhecer o percurso de vida e as experiências de outras pessoas com provas dadas e que são igualmente empreendedoras, para que, quando chegar o momento de fazerem as suas olhas, as possam realizar e se sintam confiantes quanto ao caminho que vieram a seguir”, atalhou.
Vítor Leite, à semelhança dos demais palestrantes, reconheceu a importância que as ferramentas digitais têm hoje para o dia-a-dia de todos nós, para a sociedade e para as estruturas empresariais.
“Todos os alunos do terceiro ciclo e do secundário têm um computador, um telemóvel, vivem o digital, é uma realidade para eles e a nós compete-nos dar-lhes as ferramentas necessárias para que possam tirar partido do que lhes é fornecido e são estas atividades que lhes abrem portas e lhes permitem conhecer as potencialidades que o digital hoje representa em diferentes domínios”.