(C/VÍDEO) Museu Municipal de Penafiel recebeu workshop “Violência Doméstica: Intervenção da GNR”

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O Museu Municipal de Penafiel recebeu, esta quinta-feira, um workshop “Violência Doméstica: Intervenção da GNR”.

A vereadora da Câmara de Penafiel, com o pelouro da Família e Inclusão Social, Daniela Oliveira, destacou que trabalhar com este fenómeno não é fácil, exige uma intervenção delicada e direcionada para cada caso específico, envolvendo uma resposta articulada. 

“A Comunidade Intermunicipal  do Tâmega e Sousa lançou o desafio a todos os municípios na criação de uma Unidas – Rede Intermunicipal de Apoio à Vítima do Douro, Tâmega e Sousa, coordenada pela CIM do Tâmega e Sousa em articulação com os seus 11 municípios, tendo como objetivos promover o encontro entre os diferentes agentes locais para incrementar uma maior articulação e criar um trabalho consolidado em rede”, disse. salientado que esta primeira ação decorre do programa de capacitação delineado pela rede e teve como público-alvo os militares da GNR.

A vereadora declarou que esta primeira ação contou com estruturas dos municípios de atendimento e apoio à vítima da CIM Tâmega e Sousa porque existe a necessidade de articular o “modus operandi” entre as duas instituições.

“Com esta ação conseguimos reunir vários contributos do Tenente-Coronel Babo Nogueira e da Sargento-Chefe do NIAV do Porto que explicou a forma de atuação, a discussão de alguns temas que são necessários para a prossecução de um trabalho vincado, tendo, também, como metas dentro da nossa comunidade atenuar o número de vítimas que é ainda bastante elevado”, explicou, sustentando que só no ano passado registaram-se 23 vítimas de violência doméstica.

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“É ainda um número bastante elevado, mas temos de ter em conta o número de vítimas que existem no país que não são verificados seja porque não fazem queixa, seja porque não há uma atuação devida dos agentes locais”, avançou.

Daniela Oliveira declarou que este encontro permitiu, também, promover a partilha de experiências entre os vários atores e agentes que trabalham com este fenómeno social.

“Cada agente ao longo do seu desempenho profissional tem a sua experiência e, neste tipo de atividades, vai encontrando respostas que vão surgindo ao longo da sua atuação porque o legislador determina o fluxograma do agente da GNR, mas é necessário, como disse a chefe Cristina Vieira, encontrar uma adequação para a realidade no sentido de que a intervenção vá de encontro à situação em si”, avançou.

Madalena Sofia Oliveira, uma das oradoras, destacou que estas ações têm como propósitos concertar procedimentos e modelos atuação para que a intervenção seja eficaz e concertada.

“Existem dúvidas no que concerne a alguns procedimentos e estas reuniões servem para uniformizar procedimentos, para garantir que toda a gente fala a mesma língua e possamos utilizar os mesmos modelos de atuação para que a intervenção seja eficaz e concertada. Queremos normalizar modelos de atuação”, disse.

A oradora relembrou que a violência doméstica é um verdadeiro flagelo social e continua a ser a principal causa de morte.

“É importante perceber que principal causa de morte continua a ser a violência doméstica que acontece pelas condições de assimetria, de poder, de um género sobre o outro e é com muita indignação e preocupação que recebemos estas notícias sempre que surge mais uma mulher morta às mãos do seu companheiro ou do ex-companheiro. Acima de tudo, com uma preocupação acrescida de saber o que é que falhou. Tenho 20 anos de trabalho, mas há ainda muitas pontas para limar e é com grande preocupação que vemos 600 mortes desde os últimos 14 anos às mãos dos companheiros. É um trabalho de prevenção que tem de ser feito de forma concertada e que demora o seu tempo”, avisou, confirmando que é vital fazer todo um trabalho junto dos mais novos para que se proceda a uma verdadeira mudança de paradigma no que toca ao flagelo da violência doméstica.

Madalena Sofia Oliveira recordou que a violência doméstica é um crime público e todos os cidadãos têm uma responsabilidade social relativamente a este tipo de crime.

“A violência doméstica é um crime público, mas acima de tudo uma responsabilidade social em que todos nós temos uma responsabilidade e um papel ativo. Verifico que nos últimos anos, estes apelos têm-se traduzido numa maior tomada de consciência por parte das vítimas, mas também dos vizinhos e dos familiares para que adotem um papel ativo de denúncia, no sentido de capacitar a ajuda, de acompanhar a vítima, para que não se sinta sozinha, porque a violência doméstica é um fenómeno complexo”, acrescentou.