A Escola Básica e Secundária de Pinheiro aderiu ao projeto “Escolas Ubuntu” que visa promover as competências socio-emocionais dos jovens. Nesta iniciativa participaram 22 alunos do 11º ano que durante cinco dias participaram em várias atividades na Casa de Pinheiro, em Canelas.
Os alunos do Agrupamento de Escolas do Pinheiro, do concelho de Penafiel, participaram durante uma semana em várias atividades de capacitação e desenvolvimento integrado de competências socio-emocionais, no âmbito da semana do Ubuntu, movimento que existe à escala nacional e que integra já vários estabelecimentos de ensino, sendo um programa de educação não formal.

Leonor Moreira, uma das alunas que participou nesta semana, fez um balaço positivo das atividades desenvolvidas, reconheceu que este é um projeto que abre mentalidades, permite que os alunos partilharam experiências e troquem ideias.
“Foi, sobretudo, uma semana de crescimento pessoal, desenvolvemos competências, capacidades para a liderança, mas também de introspeção que nos ajudaram a conhecermo-nos, a debruçarmo-nos sobre os problemas dos outros e dar-lhes mais ênfase. Vou sair daqui a saber o que quero ser. Foi uma semana produtiva”, adiantou, reconhecendo que estas ferramentas são vitais para o crescimento da cidadão e da sociedade como um todo.

Carlos Peixoto, do 11.º ano da Escola Básica e Secundária do Pinheiro, enalteceu o espirito de partilha, a abordagem que foi possível estabelecer com os colegas e o grupo, com destaque para os problemas individuais, mas também para as questões e temas relacionados com a solidariedade, a comunidade e outros valores que integram este movimento.
“Foi uma semana produtiva, para mim foi uma experiência nova, que integrou atividades enriquecedoras que me permitiram ver as coisas de forma diferente, conhecer-me a mim mesmo e a realidade dos outros”, adiantou, sublinhando que esta é uma iniciativa que tem tudo para ser replicada noutros estabelecimentos de ensino.

Carlos Peixoto concordou que vivemos, cada vez mais, numa sociedade de consumo, pelo que trabalhar os temas das relações, o desenvolvimento pessoal, o bem comum, as relações interpessoais faz todo o sentido, devendo os mesmos serem fomentados e valorizados também a nível escolar.
“A sociedade precisa de mais solidariedade, menos olhar para o seu umbigo e mais para os outros”, recordou.
Daniela Teixeira, técnica da Academia Líderes Ubuntu, do Instituto Padre António Vieira, esclareceu que este projeto pretende promover “o desenvolvimento integrado de competências socio-emocionais”, com especial destaque para as “capacidades para a liderança ao serviço das comunidades”.

“O programa decorre durante uma semana, em que os alunos trabalham temas como a liderança, a construção de pontes e a ética do cuidado, É dado um tema que é trabalhado os cinco dias, reforçando sempre cinco pilares que são o conhecimento, a autoconfiança. resiliência e o serviço. Este projeto está em quase 400 escolas, conta com o apoio da Direção-Geral da Educação, sendo que esta é a primeira semana Ubuntu. Trata-se de um projeto de educação não formal”, disse, admitindo que o facto das atividades decorrerem, num ambiente diferente, com os seus educadores, facilita este tipo de abordagens.
Daniela Teixeira realçou que durante a semana os alunos trabalham estes cinco pilares, na lógica da ética do cuidado, de como nos relacionarmos e como servir a comunidade.
“Queremos que sejam líderes servidores, que fiquem a saber que são e de que forma podem servir o meio e a comunidade, onde estão inseridos”, avançou, fazendo um balanço positivo desta semana.
“Todos os jovens mostraram iniciativa, interesse pelas atividades propostas. Entraram no espírito e verificamos que há diferenças nas dinâmicas de grupo”, assumiu, confirmando que este é um projeto que está a ganhar escala.

Sofia Pereira, técnica do Instituto Padre António Vieira, concordou com a importância destas competências serem trabalhadas o mais cedo possível.
“Quando somos adultos a maioria destas competências já estão formadas, pelo que mudança é mais difícil. Este público está mais recetivo e podem provocar esta mudança, serem líderes servidores. Vivemos numa sociedade de consumo e é vital que repensemos estas competências e que estas sejam usadas em serviço da comunidade”, avisou, reconhecendo que durante os últimos dois anos, com a crise sanitária, perderam-se competências sociais e outras.
“Cada vez mais precisamos de comunicar, ver a escola como polo de comunicação e partilha de experiências”, acrescentou, sustentando que o trabalho da semana foi readaptado para chegar às escolas com qualidade, o que acabou por se refletir nas próprias dinâmicas.
“Estamos a tentar enquadrar estas experiências, resignificar experiências e trabalhar estas competências com eles”, declarou, mostrando-se otimista que mais escolas na região venham a aderir ao projeto.
Manuel Jorge, da Escola básica e Secundária do Pinheiro, valorizou a importância dos alunos fazerem parte destas experiências.

“Aderimos ao projeto, escolhemos os professores que fizeram a formação, selecionamos uma turma que durante uma semana desenvolveu atividades diversas, num cenário e contexto diferentes. a Casa Quinta do Pinheiro, um equipamento único, com um enquadramento perfeito para este tipo de atividades”, atalhou, asseverando que no final da semana o balanço é francamente positivo.

Manuel Jorge avançou, ainda, que, a Escola Básica e Secundária do Pinheiro quer, a curto prazo, formar um clube Ubuntu, a funcionar no estabelecimento de ensino, que possibilite que outros alunos beneficiem desta experiência.
“Estes jovens poderão inscrever-se no clube que vier a ser formado e desenvolver posteriormente as atividades que forem definidas”, confessou.