O novo grupo Seixoso-Vieiros Contra a Mineração (SVCM), que se apresenta como um movimento cívico contra a mineração nesta área, que agrega os concelhos de Fafe, Celorico de Basto, Guimarães, Felgueiras, Amarante e Mondim de Basto, entregou, esta sexta-feira, um ofício camarário ao presidente da Câmara Municipal, Nuno Fonseca, e à vereadora do Ambiente, Rosa Pinto, manifestando o seu desacordo contra uma eventual prospeção naquela área.
O grupo esclarece, em comunicado, que o movimento nasceu “da vontade e união popular, que posiciona a sua luta ao lado da população e pretende atuar de forma incisiva junto das instituições e dos tribunais, fundamentando a sua atuação no direito à Liberdade, ao Ambiente e Qualidade de Vida e no direito de resistência”.
“Este movimento aparece na sequência das intenções do Ministério do Ambiente em levar a cabo um concurso público para a prospeção e consequente exploração de minérios em várias zonas do país, particularmente em Seixoso-Vieiros”, lê-se na nota informativa que nos foi endereçada, que salienta que o SVCM é constituído por “elementos dos seis concelhos que partilham uma área com cerca de 145 quilómetros quadrados, na qual o governo pretende avançar com a prospeção e mineração de lítio. Esta vasta área abrange os concelhos de Amarante, Celorico de Basto, Fafe, Felgueiras, Guimarães e Mondim de Basto”.
O grupo destaca que esta área é “caracterizada pela sua raiz apartidária e a sua natureza intermunicipal”.
O grupo aponta que as suas maiores preocupações passam por fazer com que “a voz da população se faça ouvir e que a Constituição da República Portuguesa seja devidamente cumprida”.
“Colocando o peso decisório do lado da população, não aceitamos que, numa ponderação de todos os factos, a economia prevaleça sobre a Vida e a Natureza. Que as necessidades de hoje comprometam irremediavelmente o futuro e a sustentabilidade desta região”, refere o movimento que informa quer este é um processo que não teve em linha de conta “liberdade de autodeterminação e de escolha”, das populações envolvidas.
“Acreditamos que este processo decisório, tomado sem acautelar os interesses dos cidadãos é atentatório da liberdade de autodeterminação e de escolha. Acreditamos que a realização da prospeção terá como consequência a exploração mineira, comprometendo de forma irremediável não apenas o ambiente, mas também a saúde pública e qualidade de vida da população, sacrificando também o seu desenvolvimento económico em sectores que têm verificado um enorme crescimento e são aceites e acarinhados pela população, nomeadamente o turismo e a agricultura”, sublinha o movimento que reforça que pretende defender os interesses das pessoas envolvidas junto de todas as instituições.
“Vamos, de um modo rigoroso e assertivo, junto de todas as instituições: Presidência da República, Governo Central, Câmara Municipais, Juntas de Freguesia, Procuradoria-Geral da República e todas as que forem necessárias, defendendo os interesses das pessoas. Comprometemo-nos com o desígnio de informar a população e organizar a luta na defesa dos seus interesses, usando todas as ferramentas consagradas na lei, nomeadamente na lei fundamental – A constituição da República Portuguesa”, lê-se no mesmo comunicado.