A AMOTEAMAR – Associação Sociocultural, em parceria com a Cercimarante, inauguraram, hoje a exposição fotográfica intitulado “Eu quero ser…”. A atividade teve como objetivo a concretização do sonho profissional de 44 clientes, cada um teve a possibilidade de personificar a profissão que mais desejava.
O presidente da direção AMOTEAMAR – Associação Sociocultural, Nuno Meireles, relevou, em declarações ao Novum Canal, o trabalho das instituições envolvidas nesta atividade e avançou que ao longo de dois meses, cada um dos clientes teve a possibilidade de personificar a profissão que mais desejava.
Nuno Meireles recordou que foi efetuado um registo fotográfico com o qual se elaborou um “calendário, onde 60% dos lucros angariados reverteram a favor da Cercimarante”, tendo sido “oferecida uma fotografia a cada participante, para que a experiência vivida ficasse eternizada”.
Nuno Meireles realçou, ainda, que “como muitas das fotografias não integraram o calendário de 2020, e como ainda havia tanto para mostrar, decidiu-se fazer a presente exposição, para partilhar com a sociedade em geral”.
Diana Meireles, tesoureira da AMOTEAMAR – Associação Sociocultural, enfatizou a importância destas parcerias, reforçando que a instituição, da qual faz parte, quer manter esta ligação com a Cercimarante.
“Apoiando a Cercimarante nas causas que esta instituição apoia e relativamente à deficiência achamos que este tipo de iniciativas são fundamentais. A Cercimarante tem um papel importante na cidade de Amarante na inclusão das pessoas com deficiência e sendo esta uma atividade que também chama a atenção para a empregabilidade das pessoas com deficiência, pretende-se fazer uma sensibilização à comunidade. Esta mostra que tem como protagonistas os próprios clientes da Cercimarante não é mais do que o sensibilizar da sociedade de que estas pessoas podem ter, igualmente, uma ocupação. É fácil de ver que não existem diferenças entre pessoas normativas e as pessoas com deficiência a ocupar cargos”, disse.
Diana Meireles confirmou que os utentes da Cercimarante divertiram-se imenso na planificação de toda a atividade.
“Foram vários dias de trabalho fotográfico, com mutos sorrisos e satisfação pelo que estavam a fazer, entraram no papel como se fossem efetivamente atores principais naquele dia, como se estivessem de exercer uma atividade”, explicou, confirmando que esta mostra integra 38 fotografias, num trabalho que culminou com a realização de um calendário que envolveu a comunidade.
Questionada sobre se a comunidade começa a dar sinais de abertura relativamente à questão da inclusão das pessoas portadoras de deficiência, Diana Meireles reconheceu que estamos perante uma mudança de paradigma.
“Uma pequena mudança das mentalidades que tentamos alimentar juntamente com a Cercimarante, mas estamos abertos a implementar outras atividades, com outras instituições, atores e parceiros. Queremos estabelecer pontes e contribuir para a tal inclusão e para que esta aconteça efetivamente”, sublinhou.
Falando da associação, Diana Meireles lembrou que a instituição tinha programado outras atividades, mas com a crise sanitária, muitas acabaram por não se realizarem.
“Estamos a falar de atividades, como a apresentação de livros e de cariz social. Estamos muito próximos do que é a área social e queremos fazer mais atividades neste domínio”, acrescentou.
O presidente da Cercimarante, Carlos Pereira, confirmou que esta mostra fotográfica resultou em pleno e nasceu de uma proposta do presidente da direção da AMOTEAMAR – Associação Sociocultural.
“O Nuno Meireles é um dos colaboradores da Cercimarante e a sua proposta foi de imediato acolhida por nós. Aliás, todas as propostas que vão no sentido de promover a inclusão das pessoas portadores de deficiência são sempre acolhidas pela instituição”, disse, salientando que são atividades como esta que fomentam e contribuem para a verdadeira integração.
“São estas atividades que lhes permitem conferir a possibilidade de sonharem e o objetivo foi alcançado. É este o caminho que temos de fazer da verdadeira inclusão”, manifestou, reconhecendo que a própria comunidade começa, hoje, a ficar mais desperta para estas questões e atividades.
“As pessoas, os empresários, têm uma sensibilidade diferente, a perceção e o acolhimento relativamente com que abordam a questão da inclusão das pessoas portadoras de deficiência está a mudar, embora possa ainda existir alguma resistência, mas é com estas atividades que se faz a mudança de mentalidades. A Cercimarante existe para isso. Temos uma responsabilidade acrescida na sensibilização. A própria escola vai trabalhando estes temas. É este o caminho”, frisou, sustentando que mesmo ao nível do mercado e da integração profissional começa a existir uma abertura relativamente à questão das pessoas portadores de deficiências.
“Existem empresas que querem os nossos utentes, dizem-nos que são capazes e em determinadas tarefas conseguem corresponder e são até melhores. Estamos a passar uma crise de mão-de-obra, existem tarefas que ninguém quer fazer, tarefas simples que estes utentes podem realizar e preencher esse vazio”, avisou.
Manuel Teixeira, um dos utentes da Cercimarante que participou nesta mostra, realçou a importância desta atividade para a inclusão dos utentes da instituição.
“Gostei imenso de ter participado. Durante um dia fui secretário de uma empresa de seguros, era algo que sempre quis fazer. Foi uma experiência muito agradável. Diverti-me imenso e gostava de repetir”, disse, enaltecendo o apoio que tem tido por parte da Cercimarante.
“É uma instituição que faz imensas atividades, tenho o apoio dos técnicos e vou às consultas”, acrescentou.
A exposição estará patente até dia 25 de março do corrente ano e está aberta a toda a comunidade.