Lousada promove, este domingo, mais uma edição do Lousada Bebé Natal, uma iniciativa que pretende promover o rejuvenescimento no concelho, numa atividade que tem sido acarinhada pela comunidade.
Inicialmente prevista para o dia 2 de janeiro, o contexto da crise sanitária e as novas restrições, entretanto, implementadas pelo Governo, no âmbito do Conselho de Ministros, levaram que a esta iniciativa fosse reagendada para o dia 16 deste mês.
A vereadora responsável pelo pelouro da Ação Social da autarquia lousadense, Maria do Céu Rocha, destacou que o município alargou o período de inscrição para o dia 7 deste mês e neste momento o seu gabinete está a notificar todos os pais dos bebés inscritos para marcação da hora para entrega dos vales, de modo a não promover ajuntamentos.

A autarca destacou, em declarações ao Novum Canal, que de acordo com os últimos censos a natalidade no concelho tem-se mantido, uma realidade que contrasta com alguns municípios vizinhos e até com o contexto nacional.
“No fundo este evento pretende homenagear os bebés e os seus pais porque sabemos que hoje em dia não é fácil ter condições para dar tudo o que pretendemos dar a um filho e muitas vezes temos de criar condições. Estamos perante uma medida apenas simbólica. Não são 40 euros de um pequeno vale que vai promover o nascimento em Lousada. Pretendemos celebrar o rejuvenescimento do concelho porque efetivamente, e ao contrário do que acontece noutros concelhos e tendo em conta os dados dos últimos censos, em Lousada temos conseguido manter o rejuvenescimento da população. Os últimos dados publicados referem que por cada 100 pessoas, em Lousada tínhamos 14 jovens com menos de 15 anos, 14 idosos e 71 adultos. De certo modo vamos conseguindo manter o equilíbrio e o rejuvenescimento da população”, disse, salientando que a estratégia que o executivo municipal tem desenvolvido neste área da família, mas, também, noutras, tem permitido fixar casais jovens ao concelho e intervir noutros domínios, como a educação, o emprego, a qualidade do emprego, a formação profissional, ao nível fiscal, fatores que contribuem, também, para a qualidade de vida.
“Acreditamos que é atrativo viver em Lousada, existe muita procura de habitação no concelho e daí que o executivo tenha desenvolvido algumas medidas nos últimos anos, promovemos condições no âmbito da educação, no desporto, no apoio às famílias e no ambiente. Sabemos que as pessoas entendem que aqui têm qualidade de vida. As pessoas reconhecem esse esforço”, acrescentou, insistindo que a natalidade, na maior parte dos concelhos diminuiu, mas Lousada teve um crescimento, ainda que nulo, porque 11 pessoas não é expressivo.
“Mas não diminuímos. Face ao contexto dos concelhos vizinhos e do país, temos mantido o que nos dá algum otimismo, mas em termos futuros coloca-nos outros desafios como o de assegurar mão-de-obra e colaboradores para determinados setores”, manifestou, garantido que só com a criação de condições estáveis, empregos bem remunerados, uma rede creches é possível contribuir para a tão desejada qualidade de famílias que os agregados familiares anseiam.
Falando da rede de crianças, a responsável pela Ação Social de Lousada avançou, ainda, que o município está a fazer uma aposta na rede de creches com objetivo de criar mais 200 vagas.
Maria do Céu Rocha, paralelamente, esclareceu que o seu pelouro e o executivo apostaram também no prolongamento do horário do primeiro ciclo no período da manhã, sendo objetivo alargá-lo ao período da tarde, apontando, também, para o apoio ao transporte.
Refira-se que o transporte já é comparticipado a mais de três quilómetros e será alargado a quem vive a mais de dois quilómetros.
“Há alunos que têm de pagar transporte pois vivem perto da escola, mas não o suficiente para se deslocarem a pé e o objetivo é comparticipar o transporte também a estes alunos”, disse.

“As pessoas só vão ter filhos se tiverem condições estáveis”, atalhou ainda, elegendo os benefícios fiscais e o facto do município abdicar da participação variável de IRS, prescindido de 20% a que teria direito em prol dos lousadenses, co o outras das medidas que têm como foco o bem-estar da comunidade.
“O município deixou de receber 193 mil euros. No IMI a taxa está no mínimo e quem tem três ou mais filhos tem uma dedução fixa de 70 euros no pagamento do IMI. Todos os dias são prestados apoios às pessoas mais idosas, no acesso ao desporto, na cultura, no apoio à deficiência”, acrescentou, realçando que esta ajuda é diária.
“Temos pessoas que conseguem emancipar-se financeiramente, são situações pontuais”, atalhou.
Questionada sobre se a crise sanitária fez agudizar a situação financeira dos agregados familiares, Maria do Céu Rocha reconheceu que as situações de maior carência não estão relacionadas com questões relacionadas com o desemprego, nem suscitadas pela crise sanitária, mas antes com as doenças.
“ A população idosa que vive com pensões muito baixas, vê-se com dificuldades para fazer face às despesas e como tal teremos que os apoiar. É quem mais nos procura. Os pedidos de ajuda surgem na sequência de uma baixa médica porque existe uma redução substancial dos rendimentos. Acontece pontualmente casos de pessoas que foram despedidas na sequência de isolamentos sucessivos por causa dos filhos. São pessoas com contrato a termo certo, terminaram o contrato e também pessoas que não receberam os valores a que tinham direito na sequência do isolamento e que tiveram de recorrer ao município enquanto não receberam o valor a que tinham direito da Segurança Social. Mas estamos a falar de situações pontuais”, adiantou.
Refira-se que no âmbito do Lousada Bebé Natal, cada bebé irá receber, para além do diploma e de uma lembrança da iniciativa, um vale de oferta no valor de 40 euros para descontar em produtos nas farmácias do concelho, que são parceiras desta iniciativa através da comparticipação de 10 euros por cada vale.
O município relembra que colaboram nesta iniciativa “Lousada Bebé Natal 2021” as dez farmácias do concelho.