A prática da caça de golfinhos nas Ilhas Faroé, território autônomo da Dinamarca, está em xeque depois da morte de mais de 1.400 dos mamíferos, um patamar de captura recorde.
O grupo de golfinhos-de-cara-branca foi conduzido para o maior fiorde do território do Atlântico Norte no domingo, dia 12 de setembro de 2021.
Os barcos levaram-nos a águas rasas na praia Skalabotnur em Eysturoy, onde foram mortos à faca. E as carcaças foram transportadas para a terra e distribuídas aos moradores para consumo.
Os registos desse dia mostram golfinhos debatendo nas águas, que ficaram vermelhas de sangue enquanto centenas de pessoas assistiam da praia.
Conhecida como grind, a caça de mamíferos marinhos, principalmente baleias é uma tradição praticada há centenas de anos nas remotas Ilhas Faroé.
O governo das Ilhas Faroé afirma que cerca de 600 baleias-piloto são capturadas todos os anos, em média. Os golfinhos-de-cara-branca são capturados em números menores, como 35 em 2020 e 10 em 2019.
Para os defensores da prática, a caça aos mamíferos marinhos é uma forma sustentável de coletar alimentos da natureza e uma parte importante de sua identidade cultural. Ativistas pelos direitos dos animais, por outro lado, consideram o massacre cruel e desnecessário.
A caça do dia 12 de setembro não foi diferente, e diversos grupos conservacionistas internacionais criticaram os caçadores pela matança.
Mas a escala da quantidade de animais mortos na praia de Skalabotnur chocou muitos moradores e recebeu críticas até de grupos envolvidos na prática.
Segundo Bjarni Mikkelsen, biólogo marinho das Ilhas Faroé, os registos mostram que este foi o maior número de golfinhos já morto num dia no território autônomo da Dinamarca.