O Plano Recuperação de Aprendizagens, Escola +21/23, considera o projeto Valongo a Ler, projeto Integrado e Inovador de Combate ao Insucesso Escolar, como um exemplo a seguir no combate ao insucesso escolar.
O Plano Recuperação de Aprendizagens tem como objetivos “prosseguir percursos escolares de sucesso e qualidade colmatando défices existentes” e visa “contribuir para o sucesso pleno, por forma a que todo o aluno com níveis inferiores a três possa, no ano seguinte, recuperar essas aprendizagens” e “adaptar o currículo para a possibilidade do sucesso pleno no ensino básico.”, assim como “recuperar e/ ou realizar aprendizagens previstas, através de respostas personalizadas”.
Na rubrica “planos de reforço curricular”, o Escola +21/23 alude ao “Valongo a Ler”, como enquadrando-se neste modelo, relembrando que “os Planos de Reforço Curricular são criados para os alunos do ensino básico, sinalizados pelos conselhos e desfasamento etário”.
O Escola + 21/23 declara que “estes planos poderão prever alterações curriculares e de organização escolar, designadamente a possibilidade de os alunos com níveis de insucesso em determinadas áreas/disciplinas frequentarem:- aulas dessas mesmas disciplinas também nos anos de escolaridade precedentes, para recuperação e consolidação das aprendizagens menos desenvolvidas; – oficinas e/ou estágios com programas que integrem aprendizagens essenciais transdisciplinares não adquiridas, por forma a treinar intencionalmente determinadas competências do Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória”.
Ainda de acordo com o Escola 21/23, a “construção destes planos tem subjacente um modelo compreensivo das dificuldades para dar resposta atempada e personalizada de prevenção e intervenção e exige monitorização do risco de insucesso dos alunos, no interior do conselho de ano/turma, incorporando dimensões relacionadas com as aprendizagens, comportamento e outros fatores”.
Refira-se que o “Valongo a Ler” prevê a intervenção junto das crianças com dificuldades na aprendizagem da leitura no 2.º ano de escolaridade.
O projeto prevê, ainda, a intervenção junto dos alunos em “risco de apresentarem dificuldades na aprendizagem da leitura”, visando dar resposta aos alunos que, na sequência da crise sanitária, viram as suas aprendizagens afetadas.
O projeto surge no âmbito de uma candidatura ao Programa Operacional Regional do Norte – Norte 2020, rubrica Planos Integrados e Inovadores de Combate ao Insucesso Escolar (PIICIE), prevendo, neste contexto , a implementação de “medidas que visam a promoção das competências da leitura ou a criação de apoio na transição entre o 1.º e 2.º ciclos de escolaridade, momento identificado como problemático no percurso educativo das crianças e jovens, com repercussões na qualidade do seu sucesso”.
O projeto prevê ainda “uma intervenção multidisciplinar e de forma integrada junto de alunos em risco de abandono escolar ou com comportamentos de risco, e suas famílias, tentando contrariar um dos principais fatores preditores do insucesso”.
É igualmente “valorizada a “promoção da participação parental ativa no contexto educativo e o desenvolvimento tecnológico, criando um ambiente de aprendizagem inovador, dinâmico e interativo que estimule e reforce o processo de ensino-aprendizagem”.
O “Valongo a Ler”, segundo a autarquia, abrange toda a “rede concelhia, todas as escolas e todas as freguesias”.
“De entre várias medidas, destaca-se a plataforma digital destinada a alunos do 1.º ciclo e suas famílias, com diversas funcionalidades como um mural, conteúdos, jogos e atividades, bem como sistema de crachás digitais como estratégia de reconhecimento de metas atingidas”, refere o município que destaca que o projeto também inclui “sessões de apoio ao estudo, equipas multidisciplinares para intervenção ao nível dos contextos familiares desfavorecidos, contrariando alguns dos fatores preditores do insucesso”.
Saliente-se, ainda, que o Escola + 21/23 é um plano integrado para a recuperação das aprendizagens dos alunos dos ensinos básico e secundário que incide em três eixos estruturantes de atuação: “ensinar e aprender; apoiar as comunidades educativas e conhecer e avaliar”.
O foco da ação deste Plano centra-se numa “efetiva melhoria das aprendizagens, orientadas para o desenvolvimento das áreas de competências inscritas no perfil dos alunos à saída da escolaridade obrigatória e nas aprendizagens essenciais das diferentes disciplinas”.