O secretário de Estado Adjunto, Lacerda Sales, procedeu, esta segunda-feira, à inauguração da reabilitação da Unidade de Saúde de Lustosa, num investimento de 318, 330 mil euros.
A unidade de Saúde Familiar de Lustosa integra um módulo de saúde familiar, quatro gabinetes médicos, dois gabinetes de enfermagem, duas salas de tratamento, área de saúde materna e área de saúde infantil.
O governante recordou que o Serviço Nacional de Saúde é a obra maior da nossa democracia, reconhecendo que infraestruturas, como a que hoje foi inaugurada, são estruturas aliciantes que além de ir ao encontro das necessidades em termos de saúde das comunidades, são, igualmente, garantia e sinónimo de motivação dos profissionais, que passam a dispor de equipas mais estáveis.
“Sabemos que estas instalações eram há muito desejadas pela comunidade local e, desta forma, foi possível conseguir resolverem-se algumas insuficiências e disfuncionalidades existentes, proporcionando condições adequadas à prestação dos cuidados de saúde”, expressou, salientando que existem melhorias significativas a vários níveis, nomeadamente nas condições de atendimento, com novos gabinetes médicos, de enfermagem e nas salas de espera.
O secretário de Estado Adjunto confirmou que o investimento realizado é fundamental na melhoria do acesso, mas, também, vai promover a melhoria das condições assistenciais dos serviços prestados e consequentemente uma maior satisfação dos utilizadores e dos seus profissionais.
Lacerda Sales confirmou que estes eventos revestem um simbolismo acrescido, depois de um período difícil e desafiante como o que o país passou, com a Covid-19, relembrando que esta doença colocou a todos e ao Serviço Nacional de Saúde um desafio acrescido.
“Quando muitos antecipavam a rutura, o Serviço Nacional de Saúde resistiu, está mais capacitado e resiliente para prestar os cuidados necessários às comunidades e isto só foi possível graças ao empenho e dedicação dos profissionais”, acrescentou, parabenizando os profissionais da Unidade de Saúde de Lustosa e a futura unidade de saúde familiar, que está prevista integrar a Unidade de Saúde de Lustosa.
“Ninguém duvida que fizemos destes momentos, momentos de superação e resiliência e união”, atalhou, sublinhando que ao longo de meses o país reforçou a sua capacidade de testagem.
A este propósito o governante declarou existirem mais de 163 unidades de testagem, mais de 800 unidades certificadas a fazerem testes de antigénio.
Lacerda Sales recordou que a capacidade de ventilação mecânica mais do que duplicou, quer em termos de camas, quer em termos de ventiladores, foi reforçada a capacidade rastreamento, lembrando que foi, igualmente, reforçado o número de efetivos dos diferentes grupos profissionais, que se traduziu em mais de 29 mil profissionais desde 2015 e no ano passado, ano de Covid-19, em mais de 13 mil profissionais.
Lacerda Sales recordou que na ARS Norte, no final de junho deste ano, foram admitidos mais de 1613 profissionais de saúde do que em dezembro de 2015, o que representa um aumento de cerca de 18%, tendo sido admitidos no ACES – Vale do Sousa Norte mais 76 profissionais de saúde desde 2020, 29 enfermeiros, 16 assistentes técnicos, oito assistentes operacionais e um médico.
“Não podemos seguir outro caminho, que não seja o da recuperação da atividade assistencial que foi ficando para trás, ma aqui temos bons indicadores, indicadores a julho que nos dão mais 3,4 milhões de consultas nos cuidados de saúde primários em relação a período homólogo de 2020, mais 911 mil consultas nos cuidados hospitalares, mais 94 mil cirurgias em relação a 2020. Estamos em linha com o ano de 2019, um ano de pré-pandemia, e isso é para nós um excelente indicador da recuperação da atividade assistencial”, concretizou.
Lacerda Sales relevou que os cuidados primários de saúde desempenham, hoje, um papel central junto das comunidades pela sua proximidade, garantindo que estes, a par da cobertura universal de saúde, têm sido prioridades do Governo, sendo uma marca da democratização da saúde e da aposta na proximidade aos cidadãos.
O governante reiterou a aposta na prevenção e promoção da saúde e o incremento da cultura de diálogo, como sendo determinantes para os utentes, traduzindo-se mais ganhos em saúde.
“Presidente da Câmara de Lousada defende criação de unidade com Meios Complementares de Diagnóstico”
O presidente da Câmara de Lousada, Pedro Machado, assumiu que a requalificação da Unidade de Saúde Familiar de Lustosa é um bom exemplo das parcerias entre a administração central e local.
“Esta obra foi ansiado há muitos anos, tardou a sua execução. No dia 8 de abril de 2011 foi assinado um protocolo, na altura, por mim, enquanto vice-presidente da Câmara e por Pimenta Marinho, à data, vice-presidente da ARS e homologado pelo secretário de Estado, à data, Manuel Pizarro. Infelizmente esse protocolo não teve sequência porque dois meses depois tivemos um novo governo foi eleito e não deu seguimento a esse protocolo. Já foi com o atual primeiro-ministro que conseguimos concretizar este objetivo. A obra foi lançada pelo município, com a comparticipação do Ministério da Saúde e é um investimento que nos deve dignificar a todos, porque conseguimos dar um destino útil a uma obra que estava e continua a ser destinada para as associações locais, mas sendo esta uma das necessidades da comunidade faz todo o sentido que instalássemos neste local um centro de saúde, porque o que existia não tinha as mínimas condições”, avançou.
O autarca relevou, também, o facto deste ser um investimento controlado, sendo uma obra que corresponde aos anseios da comunidade.
“Ainda há problemas de saúde a resolver. Os cuidados dos doentes não Covid-19 foram deixados para trás e esse trabalho está a ser feito, iremos recuperar e queremos ter uma unidade de saúde familiar, a curto prazo”, acrescentou, confirmando que Lousada foi o primeiro concelho do país a sentir as adversidades de uma pandemia que acabou por atingir o país.
“Tivemos o primeiro foco e a segunda vaga, mas tivemos todo o apoio para ultrapassar essas dificuldades. Estamos numa fase melhor”, atalhou, parabenizando o apoio do Governo e demais intervenientes da administração central na entreajuda ao território.
O chefe do executivo manifestou, também, que Lousada é o concelho que não perdeu população, tem uma forte dinâmica demográfica e quer melhorar a prestação dos cuidados de saúde.
“Defendemos a construção de um centro de saúde na zona oeste e uma unidade com Meios Complementares de Diagnóstico”, precisou, manifestando que o município está disponível para colaborar com o Ministério da Saúde.
Refira-se que esta unidade de meios complementares de diagnóstico é algo totalmente novo, tratando-se de um centro de saúde com Medicina Dentária, Consultas de Nutrição, de Psicologia, Saúde Maternoinfantil e Análises e outros exames de diagnóstico (Raio X, TACs, etc) de forma a retirar pressão dos hospitais.
O diretor do ACeS Tâmega III Vale do Sousa Norte, Hugo Lopes, confirmou, igualmente, a importância destes dois equipamentos (centro de saúde na zona oeste e uma unidade com Meios Complementares de Diagnóstico”, sustentando que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) prevê investimentos nesta área.
Falando da requalificação da Unidade de Saúde de Lustosa, Hugo Lopes esclareceu que este foi o primeiro grande problema com que se deparou e que urgia resolver, relevando o contributo da Câmara de Lousada e do então secretário de Estado da Saúde.
“Conseguimos um edifício com excelentes condições. Lustosa e os utentes há muito mereceriam esta obra”, disse, reconhecendo que o ACES Vale do Sousa Norte foi também atingido com dificuldades em termos de recursos humanos, sendo que os quadros do Aces estão, neste momento, praticamente preenchidos.
“A transferência deu-se em plena pandemia. Tivemos que abandonar o anterior edifício porque não dispúnhamos das condições necessárias”, disse, reconhecendo que a atual estrutura integra todas as condições para acolher os utentes, a articulação entre todos os atores e agentes na área da saúde.
O diretor do ACES Vale do Sousa Norte asseverou que, em breve, Lustosa terá, também, uma unidade de saúde familiar, cujos recursos humanos estarão integrados nesta unidade de saúde funcional, enaltecendo as oportunidades que o Plano de Recuperação e Resiliência irá trazer a estas áreas.