O presidente da Câmara de Penafiel, Antonino de Sousa, afirmou, esta terça-feira, no decorrer da Feira da Cebola, iniciativa realizada pela Confraria do Presunto e da Cebola do Tâmega e Sousa, em articulação com a autarquia, que a tradicional cebola garrafal, produzida no concelho e na região, vai passar a designar-se cebola de Penafiel.
O chefe do executivo penafidelense esclareceu que está em curso o processo de certificação da cebola garrafal e a nova denominação irá acrescentar valor ao produto.
O autarca realçou que a Feira das Cebolas é um marco importante para esse processo de certificação.
“Não podemos ter a Agrival, nem a Feira de S. Bartolomeu, mas temos este encontro dos agricultores, do mundo rural, da cebola que é típica da nossa região e é fundamental manter viva essa tradição com cerca de 280 anos de existência. Para o ano acredito que será tudo diferente e iremos poder voltar a ter todas essas atividades”, adiantou.
Antonino de Sousa assumiu, ainda, que a Feira das Cebolas é um evento que contribuiu para promover o mundo rural.
“Sabemos que a agricultura não é hoje uma atividade apelativa, mas é fundamental incentivar e atrair os jovens para o mundo rural e criar valor, isto é, fazer da atividade agrícola mais rentável para que esta seja mais apelativa”, disse, realçando que a Feira da Cebolas é um evento emblemático da cidade e do concelho.
O grão-mestre da Confraria do Presunto e da Cebola do Tâmega e Sousa, Joaquim Ferreira, reconheceu que a Feira da Cebola é uma marca importante para o território.
“A história da cebola nasce na quinta de Louredo em 1741 e as primeira pessoas a fazerem a cebola para vender na feira foram os Capuchinhos. Os agricultores começaram posteriormente, também, a vender este produto na Feira. 280 anos é uma data para comemorar e serve para ajudar esta tradição”, avançou, confirmando que propôs ao chefe do executivo que a Avenida Gaspar Baltar passasse a adquirir a designação de Avenida das Cebolas.
Sobre o processo de certificação da cebola garrafal, Joaquim Ferreira declarou que a designação será de Cebola de Penafiel alargada à região do Tâmega e Sousa.
“Porque não é só Penafiel que produz cebola, o Marco de Canaveses e Amarante também produzem esta cebola”, assegurou, sustentando que este ano a Confraria atribuiu três prémios para a cebola geral e três prémios para-a cebola garrafal, tendo criado um prémio só para a cebola garrafal.
O grão-mestre manifestou, ainda, que este foi um ano farto de cebola.
“Tivemos cerca de 200 toneladas de cebola aqui neste espaço, porque tivemos cinco produtores que venderam a cebola em casa. Caso contrário seriam de cerca de 300 toneladas”, explicou.
Refira-se que devido à pandemia Covid-19, pelo segundo ano consecutivo, também, este ano, não foi possível realizar a tradicional Feira de S. Bartolomeu, tendo a câmara municipal e a Confraria Presunto e da Cebola do Tâmega e Sousa optado por realizar apenas o concurso da Feira das Cebolas.