Rafael Bessa, natural e residente na freguesia da Sobreira, concelho de Paredes, atleta da Associação Desportiva de Valongo, sagrou-se recentemente campeão nacional de sub-23, na primeira edição desta prova, competição que decorreu em Paços de Ferreira, tendo a formação valonguense batido na final, o SC Tomar, por 5-1.
Ao Novum Canal, o jovem atleta paredense não escondeu o seu entusiasmo pela conquista deste feito, num ano atípico que acabou também por condicionar a modalidade.
“Obviamente, foi um título importante. O facto de ter sido a primeira vez que a prova se realizou faz com que tenha um significado especial. Para além disso, é sempre bom vermos uma época terminar com a conquista de um campeonato nacional”, disse, salientando que o resultado final espelhou o maior domínio de jogo da formação de Valongo.
“Revelámo-nos mais fortes durante o jogo e o resultado acaba por espelhar isso. Penso que fomos capazes de perceber quais eram as maiores dificuldades do Tomar e aproveitá-las. Fomos também muitos coesos defensivamente, e quando isso acontece é meio caminho andado para a vitória”, afirmou, sustentando que a sua equipa encarou a final com o máximo de responsabilidade.
“Estava muito em jogo e queríamos ter a certeza de que nada falhava. Acho que a nossa concentração teve um papel importante na vitória final. Mostrámos, durante todo o campeonato, que éramos candidatos ao título. Felizmente, os jogos na fase final correram bem e conseguimos levantar a taça”, disse, recordando que apesar desta ter sido uma época foi atípica devido à Covid-19, o Valongo teve sempre tudo aquilo que necessitava para continuar a trabalhar.
O atleta reconheceu que é sempre positivo adicionar mais um título ao seu currículo.
“Felizmente tive a oportunidade de ganhar vários nos escalões de formação. Todos eles foram fantástico e este não foge à regra”, frisou.
Rafael Bessa confirmou que de todos os troféus que já arrecadou, os de campeão nacional destacam-se claramente em relação aos demais.
“ É uma competição muito maior em relação ao campeonato distrital e a qualidade das equipas também aumenta. No entanto, penso que o título de sub-20 se destaca. No ano anterior tínhamos ficado em 2.° com os mesmo pontos do Benfica, que ganhou. Portanto, ganhar no ano a seguir foi especial”, avançou.
Ao Novum Canal, o jovem, atleta, uma promessa do hóquei nacional, admitiu que a sua paixão e ligação à modalidade surgiram muito cedo, tendo iniciado a sua carreira no Casa do Povo da Sobreira.
“ Felizmente, tenho um clube de hóquei perto de casa, o Casa do Povo da Sobreira, e o facto da minha família ter ligações ao clube fez com que a paixão crescesse. Passava muitas horas no pavilhão e adorava. A partir dos quatro anos nunca mais larguei”, disse, esclarecendo que a formação paredense foi a sua casa até aos 12 anos de idade, tendo depois rumado à Associação Desportiva de Valongo, clube onde se mantém.
“Comecei a patinar e a jogar na CP Sobreira. Joguei lá até as 12 anos. Depois, quando estava no escalão de sub-13 mudei-me para Valongo, onde estou desde então. A Associação Desportiva de Valongo sempre foi um clube de referência, tanto a nível regional como nacional. Na altura, fizeram-me o convite para ir jogar para lá. Fui fazer um treino de experimentação e adorei. Foi impossível recusar”, confirmou, confessando que representa os seniores há dois anos, sendo seu objetivo continuar a ajudar o clube a arrecadar troféus e a ser uma referência do hóquei em patins nacional.
“É o sonho de qualquer criança que faz a formação em Valongo e, portanto, pretendo continuar a representar o clube. Claro que qualquer jogador tem a ambição de jogar nos melhores clubes do mundo. No entanto, o futuro imediato passa por continuar a representar o Valongo e ter sucesso lá”, assegurou.
Questionado sobre as equipas de hóquei em patins que existem na região e sua evolução, Rafael Bessa admitiu que existe já um punhado de boas equipas, a praticar bom hóquei, mas reconhece que as dificuldades são imensas.
“Existem algumas boas equipas de hóquei na região, como o Sobreira, o Paredes, o Penafiel, a Juventude Pacense e o Valongo, por exemplo, no entanto, a maioria, são clubes que têm dificuldades em manterem-se abertos. Os gastos são muitos e, por vezes, os apoios são poucos”, afiançou, relembrando que existem “imensos clubes, muitos deles históricos, a passarem dificuldades”, uma situação que já não é de agora.
“Penso que deviam existir mais apoios porque muitos clubes representam peças importantes nas comunidades locais e sem eles essa comunidade ficaria a perder”, concretizou.
O atleta não tem dúvidas que a aposta na formação é o garante para a afirmação e a sustentabilidade destes e de todos os emblemas.
“Ultimamente, veem-se alguns escalões da formação destes clubes a ter resultados muito positivos. Penso que o caminho passa por apostar na formação. O Valongo é o exemplo perfeito. Desde há muitos anos que está na 1.ª divisão e está continuamente a apostar na formação. É necessário os clubes terem uma mente aberta e perceber que, muitas vezes, os jovens têm qualidade”, reforçou.
O Campeonato Nacional de Hóquei em Patins de sub-23 foi organizado pela Federação de Patinagem de Portugal.