Um em cada quatro cidadãos da União Europeia declarou sentir-se só durante os primeiros meses da pandemia de coronavírus, de acordo com um relatório do Centro Comum de Investigação da Comissão publicado esta segunda-feira.
O relatório contém os mais recentes dados científicos sobre solidão e isolamento social na UE e analisa o inquérito realizado pela Fundação Europeia para a Melhoria das Condições de Vida e de Trabalho, demonstrando que, nos primeiros meses da pandemia, os sentimentos de solidão duplicaram em todos os grupos etários.
No grupo dos jovens dos 18 aos 35 anos, o aumento da solidão quadruplicou em comparação com 2016. A cobertura mediática em toda a UE sobre o fenómeno da solidão também duplicou durante a pandemia, tendo a sensibilização para esta questão variado consideravelmente entre os Estados-Membros.
Com uma diferença de 15,3 pontos percentuais, Portugal foi o sexto país da UE com maior subida, só atrás da Suécia (19,5%), França (17,8%), Polónia (16,5%), Bulgária (15,8%) e Alemanha (15,7%).
“Em contraste, a Bélgica, Croácia, República Checa, Grécia, Hungria, Roménia e Espanha registaram um aumento da solidão inferior a 10 pontos percentuais durante o mesmo período de tempo”, adianta o CCI da Comissão Europeia no documento.
Em comunicado, a vice-presidente do executivo comunitário para a Democracia e Demografia, Dubravka Suica, aponta que a covid-19 “trouxe problemas como a solidão e o isolamento social para o primeiro plano”.
“Estes sentimentos já existiam, mas havia menos consciência pública. Com este novo relatório, podemos começar a compreender e a enfrentar melhor estes problemas”, indica a responsável pela tutela.
Pode ler o relatório completo através do link https://publications.jrc.ec.europa.eu/repository/handle/JRC125873