A Direção-Geral de Saúde (DGS) e o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) destaca que o relatório de monitorização das linhas vermelhas para a Covid-19 de 18 deste mês, mantém com tendência crescente a nível nacional de novos casos.
“O número de novos casos de infeção por SARS-CoV-2/COVID-19 por 100 000 habitantes, acumulado nos últimos 14 dias, foi de 105 casos, com tendência crescente a nível nacional”, refere a DGS no seu site, salientando que o “valor do Rt apresenta valores superiores a 1 ao nível nacional (1,14) e em todas as regiões de saúde, sugerindo uma tendência crescente”.
De acordo com a DGS e o INSA, “esta tendência crescente é mais acentuada na região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT), que apresenta um Rt de 1,20”.
Ainda de acordo com estas entidades “mantendo-se esta taxa de crescimento, o tempo para atingir a taxa de incidência acumulada a 14 dias de 120 casos/100 000 habitantes será inferior a 15 dias para o nível nacional e na região do Algarve, tendo já sido ultrapassado esse limiar em LVT, que poderá ultrapassar o limiar da incidência acumulada a 14 dias de 240 casos por 100.000 habitantes em menos de 15 dias”.

Os indicadores revelam, por outro lado, que o “número diário de casos de COVID-19 internados em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) no continente revelou uma tendência crescente, correspondendo a 36 % (semana passada 29%) do valor crítico definido de 245 camas ocupadas”.
“Ao nível nacional, a proporção de testes positivos para SARS-CoV-2 foi de 2,3 % (semana passada 1,3%), valor que se mantém abaixo, mas mais próximo do limiar definido de 4 %. Observou-se um decréscimo do número de testes para deteção de SARS-CoV-2 realizados nos últimos sete dias”, lê-se na mensagem que a DGS partilhou na seu site.
A mesma publicação reforça que a “proporção de casos confirmados notificados com atraso foi de 9,6% (semana passada 7,5%), mantendo-se abaixo, mas muito próximo do limiar de 10%”, sustentando que “nos últimos sete dias, 83% dos casos de infeção por SARS-CoV-2/COVID-19 foram isolados em menos de 24 horas após a notificação, e foram rastreados e isolados 78% dos seus contactos”.
A DGS e o INSA recordam que a “variante Alpha (B.1.1.7 ou associada ao Reino Unido) foi a variante dominante durante mês de maio, estimando-se que a variante Delta (B.1.617.2 ou associada à Índia) se possa sobrepor a esta nas próximas semanas”, sublinhando que “até 16 de junho, foram identificados 157 casos da linhagem Delta. Existe transmissão comunitária desta variante, mais evidente na região de LVT”.
“Até 16 de junho, foram identificados, por confirmação laboratorial, 113 casos da variante Beta (B.1.351 ou associada à África do Sul). Existe transmissão comunitária desta variante. Até 16 de junho, foram identificados, por confirmação laboratorial, 146 casos da variante Gamma (P.1 ou associada a Manaus, Brasil). Existe transmissão unitária desta variante”, refere a mesma informação que acrescenta que a “análise dos vários indicadores revela transmissão comunitária do vírus SARS-CoV-2 com intensidade e pressão crescente nos serviços de saúde, em especial na região de LVT”.
“Dado o aumento na frequência da variante Delta, provavelmente com maior transmissibilidade, o intervalo de tempo esperado entre o aumento do número de infeções e o número de internamentos em UCI, a tendência crescente dos vários indicadores a nível nacional, e a sua aproximação aos limiares “linhas vermelhas”, impõem ainda maior atenção à evolução dos indicadores de incidência, virológicos e de impacte, assim como ao aumento do nível de preparação dos recursos a nível regional e sub-regional para o controlo e mitigação da epidemia em Portugal, em especial na população não vacinada ou sem esquema vacinal completo”, acrescenta a DGS e o INSA.