O Centro de Recolha Oficial de Penafiel, relativamente a 2020, registou, 92% de adoções.

A vereadora responsável pelo pelouro da Sustentabilidade Ambiental, Susana Oliveira, destacou, em declarações ao Novum Canal, que o centro  teve cerca de 580 animais recolhidos e entregou para adoção cerca de 538.

A autarca, falando do Centro de Recolha Oficial de Penafiel, estrutura que sofreu recentemente obras, e das medidas que têm sido implementas no sentido de garantir o bem-estar dos animais, destacou que a autarquia tem procurado criar cada vez mais condições para os cães e gatos que são recolhidos e chegam ao Centro de Recolha Oficial.

“Desde as obras que fizemos para melhorar as estruturas do canil passamos também a disponibilizar esse serviço.  Temos promovido um conjunto de medidas no sentido de estimular a adoção dos animais errantes na via pública e que nós recolhemos”, disse, sustentando que esta é a principal missão e objetivo desta estrutura.

Referindo-se, ainda, às medidas, a autarca avança que têm sido implementadas medidas para controlar a reprodução dos animais de companhia e medidas para evitar o abandono,  apontando como exemplo a recente criação do programa de apoio alimentar para cães e gatos de famílias carenciadas.

A responsável pelo pelouro da Sustentabilidade Ambiental esclareceu que este programa irá vigorar até ao final deste ano para apoiar as famílias que atravessam uma fase mais difícil, na sequência da crise sanitária que continua a atingir o pais.

“Que não seja esse o motivo, portanto, a falta de alimentação, para abandonarem os animais na rua”, adianta.

Susana Oliveira reforça que adotar um animal no Centro de Recolha Oficial é completamente gratuito.

“Os animais que forem adotados têm o voucher da esterilização e se não tiverem ainda a idade para serem esterilizados, os adotantes poderão utilizar esse voucher numas das clínicas com quem temos acorda para fazer a esterilização do animal. É gratuita a vacinação, é gratuita a desparasitação do animal e a identificação eletrónica”, precisa, acrescentando: “portanto , quem adotar um animal, seja cão ou gato, no Centro de Recolha Oficial, não tem de pagar absolutamente nada”.

A vereadora recorda que, no âmbito do quadro das medidas que têm vindo a ser implementadas, o município criou um outro  programa de apoio à esterilização dos animais das famílias de Penafiel.

“Mediante os rendimentos de cada família, qualquer agregado se pode candidatar ou propor-se ao apoio à esterilização dos seus animais, sejam cães ou gatos, desde que estejam devidamente registados, de acordo com as normas de registo dos animais. A família mediante os seus rendimentos terá uma comparticipação que pode ser de 25%, 50%, 75% ou 100% na esterilização”, declara, assumindo que as redes sociais têm sido um verdadeiro aliado no Centro de Recolha Oficial de Penafiel ,quer nas campanhas de sensibilização, quer na adoção dos animais.  

“Vamos partilhando, também, na página oficial do facebook que tem sido uma porta imensa para as adoções, acabamos por chegar a um público muito vasto e isso permite-nos aumentar as adoções”, explica.

Susana Oliveira confirma que o município tem, também, um acordo com o hospital veterinário para acolher os animais que são acidentados na via pública.

“Se o animal estiver  vivo, mas não em condições de ser tratado no Centro de Recolha Oficial, não é essa a nossa missão, de prestar esses cuidados médicos aos animais, temos uma resposta para estes casos”,  manifesta.

Vera Ramalho, médica veterinária municipal,  avança que o centro de recolha tem capacidade, neste momento, para cerca de 52 animais.

“Digo 52 porque temos jaulas pequenas e maiores e depende muito do tamanho dos animais que entram. Se tivermos animais maiores teremos ligeiramente menos capacidade, se tivermos animais de pequeno porque teremos um bocadinho mais de capacidade. Temos capacidade, também,  para receber cerca de 20 gatos”, concretiza, recordando que “todos os animais saem daqui identificados e vacinados”.

Sobre a identificação, a veterinária afirma: “é um pilar importante para o não abandono. O que está a acontecer agora é que temos imensas pessoas que adotaram animais e que querem entregar os animais, porque, entretanto, a vida mudou e já estão mais livres, estou menos em casa e estão a querer entregar. Aí temos alguma dificuldade em recebê-los”.

Vera Ramalho reforça que este ano perspetiva-se um ano com bastantes esterilizações e um número de adoções correspondente às recolhas.

“Porque a nossa luta é sempre dar o máximo de possível de animais e a missão de um canil é retirar todos esses animais até por uma questão de  segurança e de saúde pública das populações, mas só podemos fazer esse trabalho quando temos a respetiva saída. Não há outra forma. Se não tivermos adotantes não conseguimos fazer recolhas. O equilíbrio está sempre aqui, mas, por vezes, as adoções não recorrem com a velocidade que pretendemos. Às vezes corre bem, às vezes temos semanas em que corre mal e aí não conseguimos dar resposta aos pedidos que as pessoas nos fazem”, alude.

A veterinária deixa, ainda, um apelo para que as pessoas ofereçam roupas, cobertores, mantas, passadeiras que as pessoas tenham e que vão deitar fora.

“Apesar de termos  tido uma simpática doação da máquina de lavar roupa, o que nos permitiu reciclar os panos, mas muitas vezes eles são destruídos e estamos sempre a precisar de novos panos. Não pedimos coisas novas, pedimos coisas velhas, cobertores, mantas, passadeiras que as pessoas tenham e que vão deitar fora”, avisa, concretizando que se registou um aumento do abandono, mas também um aumento  das adoções.

“Houve pessoas que se sentiram sozinhas e que vieram aqui adotar.  Neste primeiro trimestre já tivemos 235 cães a entrarem, demos 207 animais para adoção, devolvemos 20 aos detentores face ao facto de terem o microchip e já conseguimos esterilizar 93”, manifesta.