Mostra de criações do Gangue de Guimarães eclode em vários espaços culturais

Mostra de criações do Gangue de Guimarães eclode em vários espaços culturais

A Oficina, cooperativa cultural de Guimarães, destaca, em comunicado, que este fim de semana de 3 e 4 de julho dá a conhecer ao público “a mostra das novas criações do Gangue de Guimarães, desenvolvidas no âmbito do PACT – Plano de Apoio à Criação Territorial, iniciado em 2019/2020 pelo Teatro Oficina”.

A Oficina avança que o “programa de espetáculos é ocupado por quatro novas criações artísticas da autoria de Manuela Ferreira, Rita Morais, Tânia Dinis e Gil Mac, apresentadas no Centro Cultural Vila Flor (CCVF), no Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG) e na Casa da Memória de Guimarães (CDMG)”, sendo que este sábado  “Manuela Ferreira apropria-se da caixa de palco do Grande Auditório do CCVF para apresentar “Luz”, uma experiência performativa imersiva, que pode ser vivida em três horários distintos: às 11h00, às 16h00 e às 17h30”.

“ A dramaturgia desta instalação/performance nasce da desmontagem e releitura dos sistemas cénicos enquanto materiais que escrevem o espaço, o tempo e a narrativa, numa relação estreita e imprevisível com o público”, lê-se no comunicado que nos foi enviado que acrescenta que “uma encenadora-dramaturga (Manuela Ferreira), um designer de luz (José Álvaro Correia) e um compositor (Pedro Lima), a que se junta uma cantora lírica (Ana Vieira Leite), propõem-se partilhar um processo de criação que flui entre as artes cénicas e a música, lugar híbrido de encontro, onde se permitem coexistir, tocando-se, divergindo, interrelacionando referentes e multiplicando possibilidades de sentidos”. 

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Fotografia: Direitos Reservados

No mesmo dia, às 19h00, é a vez de “Rita Morais levar ao Pequeno Auditório do CCVF o seu mais recente espetáculo”.

A peça conta com interpretação de “Diana Sá, Eduardo Breda, Gisela Maria Matos e Miguel Nunes, “Arquivo Presente de Guimarães” começa por ser uma investigação sobre a atividade e comunidade teatral de uma cidade, neste caso a cidade de Guimarães, para se abrir a uma ficção assente na relação entre o artista e a sociedade, entre a realidade e a ficção entre o dentro e o fora do palco, suscitando várias reflexões e questões”.

“De que forma o teatro limita e inspira a vida? De que forma a vida limita e inspira o teatro? Qual o lugar do artista na sociedade, na cidade, no quotidiano? Quantas perguntas cabem numa sinopse?”, refere a nota informativa.

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Fotografia: Direitos Reservados

Já no domingo, às 11h00 e às 15h00, o espaço do Repositório da Casa da Memória de Guimarães recebe Tânia Dinis e os seus “Álbuns de Guerra”, “uma criação artística sobre a Guerra Colonial, a partir das imagens e memórias partilhadas por mulheres da zona do Vale do Ave que, ao longo dos 24 meses de serviço militar dos então namorados, noivos ou maridos, materializaram a sua relação amorosa trocando fotografias, aerogramas e cartas”.

“Combinando o caráter ficcional e documental do testemunho, com a presença material da correspondência guardada, estas mulheres são convidadas a reinterpretar as suas memórias e narrativas da Guerra Colonial, imaginando outras histórias, para além daquela que viveram. Mais do que o homem que foi para a guerra, interessa a mulher que ficou à espera e cujos amores de juventude são o fio condutor para uma outra história, mais privada e sensível, sobre este conflito global”, acrescenta a mesma nota informativa.

A Oficina reforça que “esta mostra de criações do Gangue de Guimarães termina neste mesmo dia às 17h00, na Black Box do Centro Internacional das Artes José de Guimarães, com a performance “Nkisi”, de Gil Mac. Nesta criação, quatro entidades elementares, recetáculos de forças cósmicas, testam os limites do corpo num desejo transfigurador da matéria. Exploram as possibilidades de transcendência através da ativação mágica do espaço performativo, laboratório de iniciação ritual aos mistérios do invisível.

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Fotografia: Direitos Reservados

“Guiados por dispositivos sónicos robóticos e mutações lumínicas, estes seres desafiam a perceção da realidade. Associada ao espetáculo, foi desenvolvida uma instalação que propõe um confronto hologramático com um nkisi nkondi, uma figura de poder portadora de forças sobrenaturais. Esta proposta estabelece uma relação fantasmagórica entre o espetador e objeto de museu que ganha vida e assombra as relações de dominação colonial a que foi sujeito, revelando e restituindo a sua capacidade mágica”, alude o mesmo comunicado.

“Os criadores acima nomeados fizeram parte do conjunto de elementos que integraram o Gangue de Guimarães, projeto constituído por artistas de artes performativas (entre encenadores, atores e atrizes, coreógrafos, bailarinos, dramaturgos e também criativos como cenógrafos e figurinistas, músicos que tenham trabalhado em teatro ou dança) cartografados desde 2017 pel’A Oficina através da sua companhia Teatro Oficina, sendo estes provenientes de Guimarães ou com íntima relação com este território, encontrando-se espalhados pela cidade, pelo país e pelo mundo”, avança A Oficina que confirma que a “todos estes artistas foram feitas convocatórias regulares e exclusivas para oportunidades criativas e profissionais. Para além de abranger o Gangue de Guimarães, o PACT – Plano de Apoio à Criação Territorial estendeu-se igualmente a várias escolas do território vimaranense e a grupos de teatro de amadores”.

“Os bilhetes para cada um dos espetáculos têm um custo de 5 euros, estando também disponível uma assinatura de acesso às quatro criações pelo valor de 15 euros. Os ingressos e a respetiva informação sobre esta mostra de criações do Gangue de Guimarães encontram-se disponíveis online em aoficina.pt, ccvf.pt, ciajg.pt e casadamemoria.pt. A aquisição presencial dos bilhetes pode ser realizada nas bilheteiras dos equipamentos culturais geridos pel’A Oficina – Centro Cultural Vila Flor, Casa da Memória de Guimarães, Centro Internacional das Artes José de Guimarães, Loja Oficina”, informa A Oficina.