O “Cancro e a Esperança no Futuro” estiveram em debate em Lousada, no âmbito da atividade “Diálogo de Gerações” iniciativa integrada no projeto Mentes Brilhantes que contou com as presenças de Sobrinho Simões e Flávia Sousa.
A autarquia lousadense esclarece, em comunicado, que o Prof. Doutor Sobrinho Simões declarou que “o número de pessoas com cancro está a aumentar, mas está a morrer-se menos de cancro”, acrescentando ainda que as alterações surgem das próprias células, ou seja, “não é uma doença que vem de fora, mas sim que é nossa, do nosso corpo”.
De acordo com o patologista “mais de 60% das situações de cancro são tratáveis”, sendo que a doença tem “fatores externos que podem ser decisivos que estão relacionados com a prevenção como uma boa alimentação e adoção de estilos de vida saudáveis, entre outros”.
“O cancro não é o grande problema, mas sim a longevidade que leva às demências, alterações psicológicas e psiquiátricas, as doenças vasculares e as quedas que são muito frequentes no nosso país”, disse, salientando que os tipos de cancro que se apresentam como mais problemáticos são os “do pâncreas, estômago, fígado e cérebro”.
A importância da investigação é, para o Prof. Sobrinho Simões, fundamental e “a sociedade continua a recompensar mais quem trata do que quem previne. Continua a procurar-se mais quem resolva e não quem previna”.
Já a Professora Doutora Flávia Sousa que se dedica à investigação de tratamento de cancro na área da nanomedicina, referiu que “cada vez mais os tratamentos são individualizados e direcionados de modo a que seja atacada a célula cancerígena e neutralize o tumor. Por isso se fala em terapias combinadas”.
Flávia Sousa encontra-se atualmente a trabalhar em “Génova, Itália, no Institut Marie Curie.
A lousadense, segundo o município, tem como metas “dar continuidade à investigação que está a fazer na área da nanomedicina. Para o futuro gostaria de criar o próprio núcleo de investigação em Portugal, de modo a que fizesse a diferença no panorama científico”, afirmou.
Citado em comunicado, o presidente da Câmara de Lousada, Pedro Machado, destacou “a disponibilidade e presença destas duas personalidades brilhantes” e recordou que esta foi a primeira conferência no âmbito da atividade, que estava agendada desde o ano passado, mas, por causa da pandemia, foi sendo adiada.
“No entanto, o facto de ser possível realizar esta iniciativa é excelente porque significa que, devagar, estamos a recuperar a normalidade”, afirmou. Refira-se, ainda, que o “ Prof. Doutor Manuel Sobrinho Simões, professor catedrático e Presidente da Direção do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto – IPATIMUP, tendo sido eleito, em 2015, como o patologista mais influente do mundo, pela revista britânica “The Patologist”.
A Professora Flávia Sousa é “doutorada em ciências biomédicas e investigadora na Stemmatters, uma organização portuguesa de desenvolvimento e produção contratada que opera em produtos terapêuticos de células, tecidos e derivados do sangue. A investigadora Lousadense teve bolsas de investigação em Aalborg, na Dinamarca, em Boston, nos Estados Unidos, e neste momento está a desenvolver trabalho relativo à bolsa Marie Curie no Instituto Italiano de Tecnologia, em Génova, Itália. Autora de mais de três dezenas de publicações e reconhecida com vários prémios de investigação”.
Mentes Brilhantes é um projeto que a autarquia pretende trazer à discussão assuntos de interesse para a sociedade.
“Diálogo de Gerações: Cancro e a Esperança no Futuro” decorreu de modo presencial para um número muito reduzido de público, na Escola Secundária de Lousada e foi transmitido via Facebook do município.
