O PS Valongo acusa, em comunicado, o PSD de ter despertado de um “longo sono com amnésia”.
As críticas da concelhia do PS surge na sequência do candidato do PSD à autarquia valonguense, Miguel Santos, ter no decorrer na sua candidatura, “Unidos por Todos” realizada no último sábado, junto ao aterro de Sobrado, ter defendido o encerramento deste equipamento.
“O PS Valongo lamenta a falta de memória, e de respeito pela população de Valongo e em particular pelos Sobradenses, por parte do PSD Valongo, que depois de 4 anos de um longo sono despertou agora, devido às eleições, com uma perigosa amnésia, pelas seguintes razões: O PSD Valongo não tem a humildade de pedir desculpa à população por ter trazido o Aterro, às escondidas, para Sobrado em 2007! Foi o PSD, quando governava a Câmara de Valongo, que autorizou a licença urbanística para a construção do Aterro, num processo conduzido totalmente às escondidas da população de Sobrado, e por isso estiveram calados durante todos estes anos. É de lamentar que o PSD Valongo se lembre agora do Aterro de Sobrado, depois de vários anos de luta e em véspera de eleições autárquicas”, refere o comunicado do PS.

Os socialistas de Valongo acusam a candidatura de Miguel Santos de “falta de respeito”.
“A falta de respeito pelas pessoas de Sobrado, que sofrem com essa malfadada decisão do PSD Valongo, e que agora assistem a uma utilização sem vergonha do Aterro, apenas e só preocupados com a caça ao voto! O PSD Valongo acordou agora, quando tiveram a oportunidade de impedir a sua construção e não o fizeram, o que é indigno dos responsáveis políticos do PSD, que estavam na Câmara de Valongo a representar a população de Sobrado”.
O PS Valongo recorda que “se não fosse a ação do atual Presidente da Câmara do PS, José Manuel Ribeiro, e da População de Sobrado, o Aterro continuaria esquecido e a população de Sobrado continuaria a sofrer as consequências deste terrível flagelo que estamos, por todos os meios, determinados a encerrar”.
No comunicado enviado ao Novum Canal, o PS Valongo reforça que “O PSD Valongo tenta assim disfarçar e desviar as atenções da decisão que tomou em 2013 de acabar com a freguesia de Sobrado. O fim das freguesias de Sobrado e Campo deve-se aos votos do PSD na Assembleia da Republica. O PS votou contra a agregação de freguesias”.
“Em política não vale tudo, e é preciso ter lata e pensar que as pessoas não têm memória, para fazer política barata e campanhas de desinformação desta forma”, acrescentam os socialistas.
Em comunicado enviado ao Novum Canal, com a designação “Aterro de Sobrado – a história mal contada do Presidente da Câmara”, o PSD Valongo acusa o presidente da autarquia, José Manuel Ribeiro, de amiúde proferir publicamente, “declarações infundadas e irresponsáveis que sobre o assunto”, esclarecendo que é verdade que “é verdade que em 2007, no Executivo PSD da Câmara Municipal, foi aprovada a instalação de um centro de tratamento e valorização de resíduos no qual se destacava uma unidade destinada à receção e reciclagem de resíduos da construção e demolição. Tratava-se, à data, de um projeto de referência internacional e que nunca levantou qualquer manifestação contrária por parte da oposição, nomeadamente do PS/Valongo”.

Os sociais-democratas de Valongo recordam que “a instalação foi comummente considerada positiva e benéfica para o concelho pois eliminava, de uma vez por todas, os constantes depósitos de materiais efetuados de forma anárquica e clandestina pelos construtores em vários locais do concelho e em particular na Serra de Santa Justa e nas áreas adjacentes à EN 606”, realçando que “a própria autarquia, enquanto também produtor desse tipo de resíduos, passou naturalmente a utilizar aquela instalação remetendo para a mesma os resíduos provenientes de obras locais e rececionados no ecocentro. José Manuel Ribeiro, já presidente da CMV adquiriu os serviços da Recivalongo por os considerar uma resposta às necessidades da autarquia”.
No comunicado que nos foi enviado, Mário Duarte, presidente da Comissão Política Concelhia de Valongo do PSD, destaca que “o atual Presidente da Câmara foi, nos mandatos de 2005-2009 e 2009-2013, membro eleito pelo P.S. na Assembleia Municipal, órgão no qual, nesse período, nunca se pronunciou de forma crítica àquele licenciamento e instalação. Aliás, o próprio participou, a 16/06/2012, numa visita de deputados da AMV não tendo tornado pública qualquer reação menos positiva ao equipamento”.
“Aliás refira-se que o Dr. José Manuel Ribeiro, já enquanto Presidente do município, no mandato de 2013-2017, nunca tomou uma posição contrária àquela instalação, tendo inclusivamente a Câmara Municipal solicitado e tido o apoio da Recivalongo nas edições da Expoval, conforme se constata nos cartazes alusivos ao evento”, lê-se no comunicado que acrescenta que só “há pouco mais de um ano”, o PSD assistiu “à mudança radical de atitude do Presidente da Câmara”.
“Assistimos, há pouco mais de um ano, à mudança radical de atitude do Presidente da Câmara, a qual se explica por duas razões fundamentais- a colagem interesseira e oportuna à justa reivindicação da população, corporizada pela Associação “Jornada Principal” e ao facto de, com essa atitude poder desafiar um seu antagonista interno do Partido Socialista, o Ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes”.
Os sociais-democratas reforçam que “este desafio ao Ministro do Ambiente mais não é a constatação de que José Manuel Ribeiro reconhece que a responsabilidade pelos licenciamentos da atividade, posteriores, que originaram o que é hoje o aterro, muito distante do licenciado em 2007, é da competência da CCDR-N e da Agência Portuguesa do Ambiente”.
“Para que fique claro, se não tivessem sido renovadas as licenças do aterro este encerraria no presente ano”, avança o PSD Valongo que destaca que o “argumento entretanto promovido por José Manuel Ribeiro agora é que o licenciamento violou o PDM em 2007, mas esconde a revisão que promoveu em 2015 e que veio trazer o conforto necessário àquela instalação, naquele local, e permitir a sua ampliação”.
“Aliás, pergunta-se porque é que o Dr. José Manuel Ribeiro, enquanto Presidente da Autarquia desde 2013, podendo fazê-lo, nunca cancelou ou revogou a licença de urbanística emitida”, questionam os sociais-democratas que sustentam: “uma vez mais, se algo aconteceu foi porque a população se manifestou levando a CMV, muito mais tarde, a suspender tal decisão”.
O PSD Valongo acusa o atual chefe do executivo de esquecer-se de “fazer a sua autoavaliação”.
“O Dr. José Manuel Ribeiro parece não ter dúvidas na violação do PDM e coloca, constantemente, intenção nos decisores à data. Esquece-se é de fazer a sua autoavaliação. Se a fizesse poderia refletir nas suas responsabilidades enquanto líder da oposição; na sua conivência enquanto membro da AM; no seu apoio enquanto responsável pela revisão do PDM em 2015; na sua relação de compromisso com a empresa enquanto patrocinadora de eventos municipais; na sua decisão enquanto adjudicatário de serviços à Recivalongo; nas suas responsabilidades enquanto dirigente do PS, partido no poder e que através da A.P.A e CCDR está intimamente ligado à renovação das atuais licenças de atividade do aterro de Sobrado”, avançam os sociais-democratas que acrescentam “o Dr. José Manuel Ribeiro e o PS apontam o dedo, mas nada fazem para mudar. Foi assim com a agregação das freguesias, é assim com o aterro de Sobrado”.