Álvaro Pinto volta a ser candidato à Câmara de Paredes cujas eleições autárquicas decorrem este ano. O anúncio foi feito numa unidade de restauração do concelho de Paredes perante vários militantes do partido e serviu, também, para apresentar Albertino Silva, atual presidente da Junta de Freguesia a Parada de Todeia, e recandidato, assim como Cristiano Ribeiro, atual deputado municipal pela CDU, a candidato à Junta de Freguesia de Cete e à presidência da Assembleia Municipal de Paredes.
Álvaro Pinto, que já tinha sido candidato pela CDU à autarquia paredense em 2017, justificou a sua candidatura com o trabalho e a experiência autárquica e politica que foi acumulando ao longo destes anos.
“Tenho um trabalho autárquico de três mandatos consecutivos, com duas maioria absolutas em crescendo até à última eleição. Um trabalho feito na assembleia municipal e junto dos órgãos autárquicos, de intervenção, de luta, de preocupação com aquilo que são os interesses dos paredenses. A visão coletiva que tive enquanto presidente da Junta de Freguesia de Parada de Todeia nunca foi uma visão estreita, sempre tivemos uma visão global do concelho”, disse, assumindo que esta recandidatura está estribada naquilo que foi a sua intervenção social, política que efetuou ao longo da sua vida.
Álvaro Pinto assumiu que a sua candidatura é a que mais identificada está com todos os problemas sociais do concelho, com as preocupações dos paredenses.
“Temos a força e esse capital que nos dá a força e a razão para sermos a candidatura ideal”, espessou, apontando o saneamento como uma das prioridades do território.
“Decorridos 47 anos do 25 de Abril, tendo a certeza do trabalho feito pelas câmaras da CDU no território nacional e onde a questão do saneamento foi uma das prioridades, é naturalmente vergonhoso e coloca Paredes, ao nível do terceiro mundo, não termos saneamento. Esta é uma realidade. Parece existir alguma vontade de sair de uma certa prisão dos grupos económicos, que tem apenas a visão do lucro. Esta é uma ideia que proliferou em muitos locais, mas a CDU sempre foi contra a privatização da água. Que fique claro que a CDU é a favor do resgaste. O resgate tem a ver com a passagem de imediato daquilo que é a concessão da água e do saneamento para a câmara municipal, que passa a assumir essa responsabilidade toda, assim como a dos trabalhadores. Não é claro que rescindido o contrato, os trabalhadores tenham esse futuro assegurado. A partir daqui não há desculpas para que não se faça o saneamento nas freguesias”, afirmou.
Álvaro Pinto, na sua intervenção, saudou as candidaturas para a colocação do saneamento, em Recarei e Sobreira, no âmbito do POSEUR, mas recordou que este não pode ser apenas um início em período eleitoral, tem de ser a continuidade para as outas freguesias.
O candidato à Câmara de Paredes relevou, também, a importância dos subsistemas de abastecimento de água no sul do concelho, afirmando serem determinantes para estas freguesias e para as cooperativas.
Sobre este assunto, Álvaro Pinto criticou a posição da Be Water que, segundo o candidato, na altura da revisão do contrato, escusou-se a avançar com o saneamento, com o argumento que só o faria, caso as juntas de freguesias, onde existem subsistemas, os entregassem.
“É preciso olhar para estes subsistemas e salvaguardá-los”, atalhou, relembrando que em matéria social foi também a CDU que se bateu pelo passe social, cuja implementação beneficiou os utentes com mais vulnerabilidades económicas que passaram a beneficiar de uma bonificação tarifária nos transportes.
Álvaro Pinto lembrou, também, que temas e questões como a preocupações social, o crescimento da pobreza, têm sido denominadores comuns naquilo que são as reivindicações e preocupações da CDU.
No domínio do associativismo, o candidato defendeu que urge apoiar os clubes, sobretudo, os que militam nos campeonatos distritais da Associação de Futebol do Porto e que na sequência da crise sanitária, estão a passar por sérias dificuldades.
“No plano desportivo, os clubes nesta fase pandémica que vivemos passaram e continuam a passar momentos de grande aflição e é neste contexto que devem ter uma ajuda diferente da que têm tido até ao momento. Uma coisa é a câmara municipal e bem é dar apoio aos clubes e atores ligados à área da formação, mas conheço dois clubes que militam no campeonato distrital , que estão com dificuldades e não têm condições para o fazer. Há clubes no concelho que são apoiados pela câmara e outras instituições que não gastam água, luz, que militam em divisões superiores e que continuam a ter condições, mas também há clubes que têm este esforço todo sob a sua alçada, que estão a lutar pela subida e que não recebem um cêntimo. Queremos instituir uma visão equitativa, que não haja discriminação e todos se sintam integrados”, acrescentou.
Álvaro Pinto relembrou, no seu discurso, a questão da regionalização, salientando que a descentralização de competências não é a mesma coisa que a regionalização.
“A regionalização é uma bandeira que está na constituição”, afiançou, relembrando que não podem as câmaras substituírem-se ao papel do Estado.
“O Estado tem que assumir este papel. Somos a favor da descentralização naquilo que não são as funções sociais do Estado que estão contidas na Constituição e estão contidas também naquilo que é o programa do Governo”, avançou.
Álvaro Pinto referiu-se, ainda, à questão da extinção das freguesias, manifestando que a CDU Paredes é a favor da reversão deste processo e que as freguesias voltem a existir tal e qual como estavam.
Sobre este assunto, o candidato declarou que é objetivo da CDU referendar essas freguesias para que as pessoas digam o que pretendem.
Quanto aos objetivos eleitorais para as autárquicas, o candidato comunista convergiu na ideia de que seria fundamental eleger um vereador.
“Na CDU existe a vontade clara de sermos eleitos e eleger um vereador. Conhecendo o tecido social e o contexto políticos temos a noção que não seremos câmara municipal. Claro que se for eleito assumirei as minhas responsabilidades. Todos os votos contam, o voto mais certo é na CDU, é um voto seguro, que não trai, é um voto na competência e na honestidade”, sustentou.
Albertino Silva relembrou que que a CDU em Parada de Todeia é poder há 20 anos, cinco mandatos consecutivos, tem um sentimento de intervenção social que os outros partido não têm.
Falando do trabalho realizado neste último mandato, o candidato à Junta de Freguesia de Parada de Todeia relevou o trabalho realizado na construção de novos equipamentos, novas infraestruturas que vieram melhor as condições de vida dos habitantes da freguesia.
Sobre a sua candidatura assumiu que assenta num projeto sólido, é uma candidatura forte, alicerçada em tudo o que foi desenvolvido ao longo dos últimos 20 anos.
“Estes anos podem caracterizar-se por uma intervenção social ampla, apoios na área da saúde, no transporte das crianças para o jardim de infância e para escolas, no apoio jurídico e administrativo à comunidade, mas, também, na capacidade de intervenção junto da câmara municipal para que possa implementar as obras que são fundamentais para o desenvolvimento da freguesia”, sublinhou, apontando a Complexo Social e Desportivo de Parada de Todeia, requalificação da zona pedonal escola Avenida Primeiro de Maio, a requalificação Nossa Senhora dos Remédios, os fontanários, requalificação do arraial e do edifício sede da junta, como algumas das obras emblemáticas que foram implementadas.
Para o próximo mandato, Albertino Pinto apontou como prioritário a cooperação com as instituições na freguesia, dando como exemplos o FC Parada, prosseguir com a festa de Natal que, no último ano, foi um êxito, com a junta de freguesia a levar o Natal a casa das crianças e das famílias, mas também fomentar o transporte das crianças, manter o apoio médico, toda a panóplia de serviços de apoio à comunidade, a realização de passeios entre Parada e Cete, assim como a reabertura a Rua José Barbosa Leão que dá acesso ao piso inferior da casa mortuária e a ligação ao apeadeiro.
Referindo-se a esta obra, o candidato à Junta de Freguesia de Parada de Todeia confirmou que vai criar uma nova centralidade na freguesia, vai valorizar a infraestrutura rodoviária e criar novos acessos à estação rodoviária, tendo defendido, também, a continuação das obras de proximidade e a implementação dos apoios sociais.
Cristiano Ribeiro, candidato à Junta de Freguesia de Cete e à Assembleia Municipal de Paredes, referiu-se à sua candidatura como um desígnio pessoal, assumindo que a freguesia/vila de Cete tem inúmeras potencialidades, instituições e pessoas com conhecimento para fazerem desta uma referência no concelho.
“Assumo a candidatura pela CDU na freguesia/vila de Cete. Esta tem enormes potencialidades, gente e instituições de relevo. A minha candidatura é um desígnio pessoal, alicerçada na minha experiência e no desejo de exercer funções numa terra onde vivo e existe uma oportunidade histórica de transformar a vila num local de excelência, com qualidade de vida e que a torne relevante”, acrescentou.
“Não posso admitir que um presidente de junta numa assembleia municipal fosse tratado como ingrato e incompetente. É um desgosto saber que tal foi dito. Quando ouvi estas palavras, algo em mim me despertou. Não é fácil para mim ouvir isto de um presidente de junta. A democracia devia desenvolver os melhores para serem úteis às populações”, expressou, referindo que o passo para transformar Cete numa vila de referência está dado.
“É um passo baseado no conhecimento, nas potencialidades da vila que são inúmeras, numa localidade que tem comboio, um rio, tem um património histórico e cultural único”, afirmou, reiterando que este é um momento histórico e é possível fazer mais pela freguesia, criar estímulos para que o comércio se revitalize, promover, defender, estimular e solucionar o problema do património na freguesia, numa alusão ao Mosteiro de Cete.
Cristiano Ribeiro assumiu que este é um projeto coletivo e Paredes só beneficia se cada um das suas freguesias for capaz de beneficiar e aproveitar os seus recursos. “Esta é uma mudança necessária e no exercício na minha individualidade, como cidadão experimentado, pretendo promover o apoio social, numa altura difícil. Acho que tenho condições ótimas para ser um bom presidente de junta de freguesia”, confessou.
O candidato recordou que ser também candidato à Assembleia Municipal não é contraditório com a missão de ser candidato à junta de freguesia, uma vez que os presidentes de junta são membros por inerência na assembleia municipal.
“Na assembleia municipal serei o representante de Cete e alguém que seja eleito comigo assumirá uma perspetiva mais ampla na defesa das outras freguesias do concelho. Não é contraditória esta minha pretensão”, declarou, recordado que o futuro depende de todos.
Cláudia Santos, diretora regional do Vale do Sousa e Baixo Tâmega do PCP, revelou que há muito trabalho pela frente, criticando a posição de PS e PSD na privatização de bens e serviços fundamentais, como a água e o saneamento, manifestando que o PCP sempre se opôs à privatização da EDP.
Cláudia Santos fez, também, a apologia dos serviços públicos, nomeadamente os balcões dos CTT, as lojas do cidadãos e outros serviços que estão a encerrar, recordando que a transferência de serviços e competências na área da saúde e da educação não conta com o apoio da CDU sem o respetivo reforço do envelope financeiro a atribuir às autarquias.