“Manual Visual Merchandising” assim se designa o mais recente trabalho de Bruno Monteiro, um jovem natural do Porto, mas com ligações à Região do Tâmega e Sousa, cujo seu mais recente trabalho foi apresentado na Biblioteca de Paredes, numa iniciativa que contou com a presença da vereadora da Cultura, Beatriz Meireles.
A apresentação desta obra foi, também, acompanhada por vários lojistas, ex-formandos que frequentaram as ações de formação que Bruno Monteiro ministrou em Paredes.
A obra destina-se a profissionais da área, mas também a pessoas com afinidades ao vitrinismo e ao merchandising, estudantes, designers, jovens com sensibilidade e ligação ao meio artístico e integra fotografias, dicas, algumas notas sobre esta temática.

Ao Novum Canal, o autor realçou que a obra nasceu da sua ligação ao universo do vitrinismo e pretende fazer uma análise mais realista desta vertente e do Visual Merchandising em Portugal.
“A ideia de escrever o livro/Manual surgiu na pandemia, meados de Abril de 2020. Como estive completamente parado devido à pandemia e não podia estar a colocar em prática todo o meu conhecimento e a criar montras para os meus clientes, pensei que o futuro da área poderia vir a ser diferente e por isso decidi eternizar. Daí a ideia de começar a escrever”, disse, salientando que assim inicialmente a obra começou por ser uma espécie de “diário gráfico” de todo o seu percurso, mas transformou-se depois em algo mais do que isso, adquirindo uma outra dimensão.
“Foi quando ao escrever percebi que deveria ser mais do que isso, deveria chegar a mais pessoas, de uma forma didática e quase educacional. Comecei por definir os temas e escolher todos as imagens para fazer acompanhamento”, atalhou, sustentando que esta obra foi criado de uma forma prática, integrando notas e truques, com imagens, sempre como exemplos, permitindo que qualquer pessoa consiga ler e acompanhe mesmo que nunca tenha ouvido falar da área.

A autor confirmou que esta obra pode, também, ser consultada por “quem esteja na área e queira fazer uma reciclagem”, ficando, assim, com uma visão mais atual desta vasta temática e das suas técnicas e conceitos.
“O livro está escrito para a realidade do mercado português”, adiantou, sublinhando que esta obra versa sobre as “necessidades das lojas em Portugal, sejam do pequeno ou grande comércio”.
O autor e conhecido vitrinista com inúmeros trabalhos já realizados confessou, ainda, que o livro é fruto do su conhecimento desta temática, mas também resultado da sua experiência acumulada enquanto profissional e do conhecimento que tem do mercado do vitrinismo.

Bruno Monteiro confidenciou que a particularidade do livro assenta no facto de poder ser um manual de consulta, que compila conceitos, funcionando como um repositório de conhecimentos que podem ser facilmente adquiridos e assimilados seja pelos profissionais da área, mas também por quem tem uma ligação a esta área, sendo de fácil leitura, e fazendo também uma análise da realidade do vitrinismo em Portugal.
“É necessário que qualquer estudante tenha uma imagem da realidade do vitrinismo no país para que consiga começar a trabalhar na área. E isso era necessário”, disse, sublinhando que é o conhecimento do mercado, das suas necessidades, daquilo que são os seus conceitos, das regras bases e das suas tendências que vai permitir que o vitrinismo evolua e vá de encontro àquilo que são as exigências e solicitações dos clientes.

“Não é só fazer montras bonitas. Somos responsáveis pelo aumento de vendas de cada loja”, referiu.

O autor declarou, por outro lado, que neste livro conseguiu, também, fazer o enquadramento histórico do vitrinismo em Portugal e toda a sua evolução, incluindo o início do confinamento e o pós-confinamento.
“A área teve que se reinventar e fundir com outras, cada vez mais o Visual Merchandising tem um papel importante. Os possíveis clientes e compradores dos artigos de cada loja, hoje, devido à pandemia e ao número limite de pessoas que podem estar dentro de uma loja, verificamos que apreciam mais as montras, pelo que é fundamental existirem espaços ainda mais atrativos. Passamos a ter a mesma situação dos anos 90, em que o cliente chegava e pedia o que estava vestido no manequim, por exemplo”, afirmou.
Quanto às expectativas para esta obra, Bruno Monteiro avançou que o seu objetivo passa por dar a conhecer a sua visão e perspetivas sobre o vitrinismo no país, abrir portas, e fazer chegar a sua visão e perspetivas a mais pessoas.

“Que este livro sirva de suporte, apoio e ponte de partida para lojistas, comerciantes, estudantes, vitrinistas, arquitetos, designers, para que em conjunto possamos contribuir para a evolução desta área”, assegurou.
Bruno Monteiro obteve a sua certificação como técnico de vitrinismo no Centro de Formação Profissional para o Comércio e Afins (CECOA), participou mais tarde num Campeonato de Profissionais, em Coimbra, que lhe valeu um terceiro lugar. Foi formador no Centro de Formação Profissional para o Comércio e Afins.
Como profissional e devido à sua vasta experiência neste mercado, conta atualmente com uma diversificada carteira de clientes em áreas como têxtil lar, acessórios, ourivesaria, entre outras.

Bruno Monteiro tem, também, exposições de peças, faz construção de cenários e trabalha com outros suportes e linguagens, nomeadamente a fotografia, como uma estratégia e técnica de valorização e promoção dos seus produtos e peças.
Além do Porto, tem clientes em Paredes e Paços Ferreira e outros pontos do país.
Fez parte do concurso de montras promovidos pela Câmara de Paredes e ASEP (Associação de Empresas de Paredes) e dá formação nesta instituição e na Associação Empresarial de Paços de Ferreira.
