Abriu, esta terça-feira, o novo Centro de Vacinação Covid-19 do Marco de Canaveses, estrutura que tem capacidade para administrar uma média de 600 vacinas por dia, sendo um dos maiores da região, que integra três unidades de saúde familiar.
A diretora executiva do Agrupamento de Centros de Saúde Tâmega I Baixo-Tâmega, Teresa Moreno, destacou que estão previstas quatro equipas de enfermagem, dispondo esta estrutura de todas as condições técnicas e logísticas para proceder à vacinação em grande escala.
“O próximo fim de semana terá uma intensidade de vacinação elevada, iremos vacinar os profissionais das escolas, docentes e não docentes, e só essa população é estimada em cerca de 900 pessoas. Vamos ter aqui um grande fluxo de pessoas a vacinar, mas está tudo preparado, temos toda a logística preparada, a parte de segurança e higiene do pavilhão está assegurada. Temos uma equipa multifuncional, um médico permanente e tem todas as condições para agir e para intervir perante face a uma emergência, nomeadamente, um choque anafilático. Estão reunidas as condições e a logística para o processo funcionar com normalidade e tranquilidade”, disse.
A diretora executiva do Agrupamento de Centros de Saúde Tâmega I Baixo-Tâmega, assegurou que vai haver capacidade de vacinas para o concelho do Marco de Canaveses.
“Temos, neste momento, um stock considerável de vacinas que dá para vacinar a população elegível a nível do concelho”, expressou, sustentando que a agregação das várias unidades num único equipamento tem inúmeras vantagens, desde logo a localização.
“A primeira vantagem é desde logo a acessibilidade. Estamos a falar de um equipamento que está situado no centro da cidade, depois, em termos de rentabilização dos trabalhos, termos um único espaço e conseguimos planear a operacionalização do processo de vacinação o que traz inúmeras vantagens. As condições são de conforto, de espaço, de segurança e está tudo reunido para o processo funcionar com tranquilidade”, disse.
Teresa Moreno avançou que, neste momento, já foram vacinadas 85% da população com mais de 80 anos.
“Neste fase, estamos a investir na população com idade superior a 60 ou 50 anos com comorbilidades associadas. Uma faixa etária mais baixa, sendo que o princípio e o critério é vacinar dos mais velhos para os mais novos”, afiançou.
A Diretora Executiva do Agrupamento de Centros de Saúde Tâmega I Baixo-Tâmega enfatizou, também, a colaboração da autarquia do Marco de Canaveses, neste processo.
“Todo este processo foi possível graças à excelente colaboração com a câmara do Marco de Canaveses, porque se assim não fosse seria impossível, porque os nossos centros de saúde não estão dotados de espaço, nomeadamente espaço para recobro, a fase pós-vacinal em que as pessoas têm de permanecer cerca de 30 minutos, sentadas, devidamente acomodadas, e com a distância de segurança e tal não era possível se não dispuséssemos de um espaço com estas condições quer para os utentes, quer para os profissionais que vão estar aqui todos os dias, entre as 08h00 e as 20h00, todos os dias da semana, inclusive fins de semana e feriados”, reforçou.
A presidente da Câmara Municipal do Marco de Canaveses, Cristina Vieira, realçou que o município desde o início deste processo não tem olhado a esforços e meios para colaborar com as instituições ligadas à área da saúde.
“O executivo municipal desde que nos solicitaram essa colaboração, nomeadamente através diretora executiva do Agrupamento de Centros de Saúde Tâmega I Baixo-Tâmega, dissemos logo que sim e disponibilizámos toda a colaboração porque sabíamos que isto era um problema de saúde pública, sabíamos de antemão que não havia capacidade logística para fazer face a um problema com estas dimensões e sabíamos sobretudo que a nossa capacidade de resposta era mais fácil e mais eficaz e seria mais eficiente porque estávamos no terreno”, atalhou, sublinhando que, também, neste âmbito de cooperação, foi foi constituída uma área de apoio à pandemia a Área Dedicada a Doentes Respiratório (ADR), situada junto ao hospital.
“Foi já com a colaboração da autarquia, foi a logística da câmara municipal, foram os recursos humanos do município. Desde o primeiro momento que sabíamos que tínhamos de dar esta colaboração e que seria imprescindível para que corresse bem. Desde essa data até hoje, a nossa relação com as entidades da área da saúde, com a Administração Regional de Saúde do Norte, porque, entretanto, também, tomamos conta das novas competências na área da saúde, tem sido cada vez mais estreita, mais colaborativa e obviamente que a câmara municipal tem uma preocupação acrescida sobre o plano de vacinação”, concretizou, admitindo que enquanto 70% da população não estiver vacinada terá que haver um esforço acrescido por parte dos diferentes atores e intervenientes no sentido de minimizar eventuais contágios que possam vir a surgir.
“Este centro de vacinação inicialmente estava junto ao centro de saúde do Marco de Canaveses, entretanto, decidimos descentralizar numa das reuniões com a Comissão Municipal de Segurança, avançar com uma proposta para descentralizar o plano de vacinação, proposta essa que foi aceite pela ACES e pela diretora executiva. Avançamos o plano de vacinação para a Unidade de Saúde de Bem Viver e permanecemos aí durante alguns dias”, concretizou, sustentando, que a opção de transferir o centro de vacinação para o pavilhão Bernardino Coutinho prendeu-se com uma maior disponibilidade de vacinas que não existia até à data.
“Segundo porque o apelo que fizemos ao Secretário de Estado para conseguirmos ter pessoal técnico para dar resposta àquilo que é o nosso Centro de Diagnóstico de Pneumologia (CDP), o centro de apoio às doenças do foro pneumológico, foi atendido e o governante deu um sinal positivo de que teríamos de contratar pessoas. AS pessoas foram contratadas e estão a terminar a formação específica para iniciar a atividade na Unidade de Saúde Familiar de Bem Viver com o CDP, estrutura que visa dar resposta a esta problemática, que é três vezes superior à media nacional, o que constitui uma preocupação para o município”, manifestou.
Cristina Vieira relembrou que o novo centro de vacinação é constituído por quatro postos, prometendo continuar com os dois postos no Centro de Saúde do Marco de Canaveses.
“Aqui vamos centralizar uma grande parte da vacinação do pessoal docente já este fim de semana. Neste momento, temos todas as condições humanas, logísticas para que o plano da vacinação decorra da melhor forma e com os recursos disponíveis, os profissionais de saúde aqui instalados acredito que tudo irá decorrer pelo melhor”, confirmou, negando que haja pessoas a passar à frente na vacinação, desmentindo assim alguma contrainformação que confessa estará a circular.
“Os responsáveis pelo plano de vacinação é o Ministério da Saúde, a Direção-Geral da Saúde faz as listagens, passa essas listagens para os técnicos da área de saúde do Marco de Canaveses e são estes, em articulação com os técnicos da câmara municipal, que estão a convocar todas as pessoas para as vacinas. Ninguém passa à frente de ninguém. Cada um vai na sua vez e cada um vai de acordo com o seu estado de saúde. Há problemas de saúde, há comorbilidades associadas e são os médicos que definem isso”, relembrou.
Questionada sobre a dificuldade de alguns cidadãos que não dispõem de transporte para se deslocar ao centro de vacinação do Marco de Canaveses, a chefe do executivo referiu que o município irá apoiar o transporte, tendo a autarquia articulado já com as juntas de freguesias nesse sentido.
“Quando fazemos o contacto com a comunidade, uma das questões que colocamos é precisamente a de saber se os cidadãos dispõem de meio de transporte, se têm familiar para os acompanhar à vacinação. Se a pessoas nos derem a indicação de que não têm transporte, de imediato é articulada a rede de parecerias e em último recurso a câmara municipal estará disponível para transportar quem não tiver transporte para que possa ser vacinado”, acrescentou.