Deputado António Cunha reafirma que pandemia “mergulhou o país numa crise económica e social”

Deputado António Cunha acusa governo de não promover a atratividade para a carreira docente

O deputado penafidelense, António Cunha, eleito pelo círculo eleitoral do Porto à Assembleia da República, afirmou, esta quarta-feira, na Assembleia da República, a propósito da discussão do relatório do estado de emergência, que a pandemia “mergulhou o país numa crise económica e social”.

António Cunha reiterou que o “país está manifesta e legitimamente cansado com tanta exigência e com um planeamento com resultados práticos duvidosos”.

“Estamos, de novo, a apreciar o relatório sobre o Estado de Emergência referente a um período que ficou marcado pela decisão de levantar gradualmente as medidas de confinamento. Aparentemente, as várias fases de desconfinamento foram definidas por critérios associados ao risco de transmissibilidade e do nível de incidência, da disponibilidade do Serviço Nacional de Saúde e da capacidade de testagem e de rastreio, que também têm claudicado infelizmente, nos timings e nos objetivos. Sublinhamos, em contraponto, que no período em discussão, os portugueses se pautaram, uma vez mais, pelo respeito do dever cívico de recolhimento e dos outros deveres gerais que lhes foram impostos. O país está manifesta e legitimamente cansado com tanta exigência e com um planeamento com resultados práticos duvidosos”, disse.

Fotografia: João Pedro Domingos

Falando da retoma das atividades comerciais e serviços, entre as quais as escolas, em regime presencial, o deputado do PSD realçou que, também, nesta matéria, o Governo andou mal.

“Um período marcado pela retoma de atividades comerciais e serviços, entre as quais as escolas, em regime presencial. Mas também aqui o Governo andou mal e com os passos trocados. Os alunos, bem como o pessoal docente e não docente regressaram a 15 de março, mas a prometida testagem que se anunciou como massiva, e parece que não é, iniciou-se quase 15 dias depois. Facto este, o que comprometeu, desde logo, a segurança sanitária dos estabelecimentos e os expôs ao risco de propagação de novas cadeias de transmissão. Por exemplo, dos elementos das forças de segurança, apesar de estarem incluídos na 1.ª fase de vacinação, até 31 de março, estavam vacinados menos de metade dos efetivo.  Também os bombeiros, ao contrário do que apregoa o Senhor Ministro da Administração Interna, estão longe da conclusão do processo de vacinação. São os factos que desmentem o governo”, expressou.

O deputado reconheceu que a “incerteza e a indefinição quanto ao futuro, especialmente na economia, no apoio dos mais desfavorecidos, dos jovens e dos mais vulneráveis continua a ser a sina do país e a pecha do Governo”.

“Para o PSD, este grave problema de saúde pública, não pode ignorar a brutal crise económica e social em que a pandemia nos fez mergulhar. Apesar da estabilização das condições sanitárias, não podemos esquecer que continua a haver falhas graves nos internamentos, nas consultas e nas cirurgias do SNS e que, infelizmente, permanecemos impotentes perante a morte, até atingirmos a imunidade de grupo. Agora, em vez de estado de emergência, devemos estar todos em estado de alerta. Importa, por isso, que o Governo não anuncie, mas faça”, afirmou, reiterando a necessidade do Governo implementar os apoios sociais às famílias.

“Que inevitavelmente concretize os apoios sociais às famílias e que promova a proteção do nosso tecido empresarial, verdadeiramente fundamental para a recuperação social e económica do país. A pandemia é uma batalha e uma batalha só se vence quando verdadeiramente formos capazes de nos antecipar aos ataques do inimigo e, neste caso, por maioria de razão, pelo facto de termos pela frente um inimigo invisível e ainda desconhecido. Mas o Governo que devia ter sido capaz de nos colocar à frente do vírus, lamentavelmente andou sempre atrás do prejuízo!”, acrescentou.