Fotografia: Câmara de Lousada
O vereador da Cultura da Câmara de Lousada, Manuel Nunes, assegurou, em declarações ao Novum Canal, que nesta fase e face à crise sanitária que continua a assoberbar a região e o país não é possível proceder ao agendamento de quaisquer atividades culturais, sem que esteja assegurada a total garantia de condições sanitárias.
“Lousada é um município caracterizado por elevada dinâmica cultural, pelo que a pandemia veio condicionar completamente a programação. Neste momento, e perante todas as incertezas, não é possível garantir qualquer agendamento, que, forçosamente, terá de ser assegurado na total garantia de condições. Portanto, teremos de aguardar o desenvolvimento da situação para podermos tomar as decisões mais convenientes. O município foi sempre exemplar na gestão local da pandemia e não poderemos dar sinais em sentido contrário na resolução de um problema sanitário gravíssimo”, disse, salientando que no domínio do teatro o regresso este ano do Folia e o Foliazinho está depende da evolução da pandemia.
Falando das medidas que estão previstas no âmbito do apoio ao teatro, o responsável pela pasta da cultura realçou que quando a normalidade possível regressar, a autarquia avançará com os projetos previstos, com os apoios correspondentes.
“As companhias de teatro têm sido um parceiro notável, com um trabalho de grande relevância, que gostaríamos de ver prosseguido quando as circunstâncias permitirem. Temos tido uma relação excelente, fomos sensíveis ao agravamento das suas dificuldades no ano passado e, quando a normalidade possível regressar, avançaremos com os projetos previstos, com os apoios correspondentes”.
Questionados sobre as linhas de apoio criadas pelo Governo no domínio de apoio ao teatro, nomeadamente, a “linha de apoio social”, a “linha de apoio a entidades artísticas” e a “linha de apoio à adaptação dos espaços”, o autarca reconheceu que “nem sempre essas linhas se inscrevem na tipologia das organizações culturais concelhias”.
“No entanto, a câmara tem dialogado para, em conjunto, encontrarmos as melhores soluções para ultrapassarmos este período tão difícil”, disse.
Interpelado sobre as atividades programas para área da música, o vereador esclareceu que o princípio que o município irá adotar para esta área é o mesmo que as demais expressões artísticas, nomeadamente o teatro.
“Seguimos a mesma política relativa aos grupos de teatro, priorizando as associações com personalidade jurídica”, frisou, sustentando que o regresso das Noites Acústicas irão depender da evolução da crise sanitária, mas também da de reabilitação do auditório municipal.

“As “Noites Acústicas”, que tanto sucesso alcançaram, dependem não apenas da pandemia, mas, igualmente, da conclusão das obras de reabilitação do Auditório Municipal. É um investimento elevado, superior a 700 mil euros, em grande parte financiado por fundos comunitários, que vai aumentar a lotação e o conforto da sala, valorizar a eficiência energética e modernizar o equipamento técnico. Prevemos que apenas no segundo semestre possamos registar os primeiros eventos”.
Sobre o festival Harmos e a expectativa que Lousada volte a acolher este evento, Manuel Nunes realçou que este é um evento que prestigia o município, mas o seu regresso está, também, dependente da situação pandémica e da sua evolução.
“O Harmos é muito importante, a que Lousada aderiu desde o início, num grupo restrito de municípios para acolher os melhores músicos das melhores escolas superiores de música da Europa em concertos de elevada qualidade. Quando a situação pandémica ficar estabilizada, poderemos pensar no regresso de um festival que muito nos prestigia”, o mesmo acontecendo com o Mercado Seiscentista, outro dos eventos referência do município que envolve vários atores e agentes ligados ao ensino.
Quanto ao Encontro de Cantadores de Janeiras, Manuel Nunes confirmou que este ano, pelas mesmas razões, e também devido às obras no auditório não irá realizar-se.
“Já no ano passado ficou interrompido devido às obras no Auditório, derivando para uma apresentação alternativa, que este ano, pelas razões expostas, é impossível assegurar”, avisou, manifestando que 2021 seja um ano de viragem para a normalidade.
“A cultura foi das áreas mais afetadas e, naturalmente, é necessário considerar a situação aflitiva das instituições, músicos, atores, técnicos, autores e restantes agentes, para além da importância de uma atividade cultural regular para a qualidade de vida de uma comunidade”
Ao Novum Canal, o vereador realçou que a cultura foi uma das áreas mais afetadas pela crise sanitária, sendo necessário olhar para a situação aflitiva em que se encontra vários atores e agentes ligados ao mundo das artes e da cultura.
“A cultura foi das áreas mais afetadas e, naturalmente, é necessário considerar a situação aflitiva das instituições, músicos, atores, técnicos, autores e restantes agentes, para além da importância de uma atividade cultural regular para a qualidade de vida de uma comunidade”, atalhou, sustentando que tendo em conta esta situação deficitária em que se encontra estes intervenientes e as instituições e associações ligadas à área da cultura, o município reforçou a verba prevista para o setor.
“Já no ano passado reforçamos o apoio e estaremos sempre dispostos para ajudar a reerguer um setor fundamental e que muito valorizamos”, concretizou, reiterando que, nesta fase, o executivo municipal não pretende assumir quaisquer compromissos quanto a realização ou agendamento de atividades culturais para este ano.
“Como ficou explícito, não queremos assumir quaisquer compromissos sem a salvaguarda das condições sanitárias absolutas. O concelho e os lousadenses têm feito um esforço enorme e não podemos deitar tudo a perder por precipitações indevidas. Portanto, vamos, todos, ter a paciência necessária para reconhecermos a excecionalidade da situação e encararmos o futuro com responsabilidade, analisando, mês a mês, o estado da pandemia e, só assim, decidirmos em conformidade”.