Fotografia: Associação Recreativa e Musical de Vilela
A Banda de Vilela, uma das instituições musicais mais emblemáticas do concelho e da região, conhecida a nível nacional e internacional, fez, no último sábado, 160 anos de existência.
O presidente da Banda, Adolfo Barros, realçou que devido à crise sanitária que continua a assoberbar a região e o país, a instituição teve que cancelar o programa que tinha previamente definido, nomeadamente, o concerto, e optado por apenas gravar dois vídeos, obras oferecidas pelos músicos à Banda, que foram partilhados quer na página oficial da instituição, quer no youtube.
Ao Novum Canal, o responsável da direção da Banda de Vilela reconheceu que representar uma instituição como esta, com todo o seu passado histórico, é já de si uma responsabilidade a que acrescem as dificuldades financeiras, num ano atípico marcado pela pandemia da Covid-19.
Tal como muitos outros setores, o responsável pela direção da Banda de Vilela confirmou que as bandas foram igualmente afetadas pela expressão que a crise veio a assumir e consequentes medidas e orientações que foram implementadas pelas autoridades de saúde e pelo Governo, tendo sido obrigada a cancelar inúmeros concertos e atividades que tinha programado para este ano.
“O último concerto que efetuamos foi a 11 de janeiro, o concerto dos Reis. De lá para cá fomos obrigados a suspender todos os concertos e atividades devido às restrições e diretrizes que, entretanto, foram definidas pelas autoridades de saúde”, disse, sustentando que a Banda de Vilela teve inclusive de suspender a gravação de um cd, agendado para o dia 27 de março, com temas inéditos e um outro concerto que estava também agendado para o Mosteiro de Vilela.
“Foi um ano de muitas dificuldades. Somos uma instituição que além dos concertos sobrevive das festas e romarias que foram também suspensas”, expressou, reconhecendo que os impactos financeiros foram significativos, com a Banda a ter de suportar despesas fixas.
Falando da implantação e da visibilidade da Banda de Vilela, Adolfo Barros realçou que apesar destas dificuldades, a instituição a que preside é, hoje, reconhecida e granjeou notoriedade quer a nível nacional, quer internacional.
A este propósito, o dirigente associativo recordou que, na última década, a Banda obteve vários primeiros prémios em concursos internacionais, tendo ganho o primeiro prémio na XVIII Certame de Bandas de Músicas de Aranda del Duero, entre outros.
Adolfo Barros manifestou, também, que a Banda de Vilela assume-se, presentemente, como uma banda semiprofissional que tem como foco a formação e que integra no seu seio executantes do ensino superior, professores com conhecimento e experiência acumulada na vertente da música.
Questionado sobre os objetivos que a Banda pretende atingir em 2021, o presidente da direção mostrou-se expectante que com a administração da vacina contra a Covid-19 o atual cenário possa alterar-se, permitindo que os agrupamentos ligados a esta área voltem ao ativo.
O dirigente apontou, também, para a necessidade das comissões de festas voltarem a reorganizarem as romarias, permitindo, assim, que a dinâmica que se fazia sentir antes da pandemia, seja retomada e as bandas e os músicos tenham, igualmente, a possibilidade de fazer o que mais gostam: tocar e participar em concertos.
“Os músicos, nota-se, estão ansiosos por voltarem a tocar”, acrescentou, reiterando estar confiante que lá para julho, agosto ou setembro, as bandas musicais possam voltar ao ativo e vencer este longo período de privações forçadas a que estiveram sujeitas.
Refira-se que a Banda de Vilela tem presentemente 62 elementos.