Unidade de Hospitalização Domiciliária do CHTS tratou cerca de 250 doentes

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Fotografia: Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa

A Unidade de Hospitalização Domiciliária (UHD) do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS), com pouco mais de um ano e com uma lotação de cinco camas e 248 doentes tratados,  efetuou já cerca de 58445 quilómetros e 3243 visitas a doentes, das quais 1667 foram conjuntas, médico e enfermeiro e 1576 realizadas só por enfermeiro.

Segundo fonte do CHTS, só no primeiro ano de funcionamento foram tratados 188 doentes, tendo a equipa admitido o seu primeiro doente a 5 de abril de 2019.

“O primeiro ano de funcionamento da UHD foi um ano de adaptação para a comunidade, alguns receios causados pelo desconhecimento do modelo de funcionamento, e para a equipa que teria que manter a qualidade de cuidados ao doente com o mesmo nível de eficiência e qualidade dos cuidados prestados em ambiente hospitalar”, refere o comunicado que nos foi facultado pelo CHTS.  

Citado em comunicado, Lindora Pires, médica e coordenadora da UHD revelou que “considerando que muita da população idosa, em internamento hospitalar, está mais sujeita a um agravamento das comorbilidades e a infeções nosocomiais, poder oferecer aos doentes e à família a diminuição destes riscos, com o tratamento adequado da sua patologia de base, acompanhado das pessoas de quem mais gostam e no conforto das suas casa, é, no meu entender, uma mais valia imensurável da hospitalização domiciliária”, disse, numa alusão às vantagens deste modelo.

De acordo com o CHTS, em março de 2020 surgiu a necessidade de reorganização para fazer frente à pandemia provocada pela Covid-19, tendo de imediato a UHD respondido com o aumento da lotação para sete doentes.

“O horário dos médicos e enfermeiros foram também alterados de forma a existir o menor contacto possível entre os membros da equipa, diminuindo o risco de infeção dos profissionais e, por conseguinte, permitir manter a UHD em funcionamento. Neste período, comparativamente aos meses homólogos do ano passado, ou seja, abril, maio e junho, registou-se um aumento de 227% nos doentes tratados”, lê-se na nota que nos foi facultada.

Também citada em comunicado, a enfermeira-chefe da UHD, Lídia Rodrigues, destacou que “a Hospitalização Domiciliária se constitui como a oportunidade de cuidar a pessoa doente, inserida no seu ambiente, tendo em conta não só as necessidades em cuidados como também as potencialidades do doente e do familiar cuidador, tornando-os parceiros nos cuidados, promovendo, assim, a melhoria da qualidade de vida, menor abandono do regime terapêutico no pós-alta e menor sobrecarga física e emocional para o cuidador”.

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Fotografia: Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa

Já Carlos Alberto, presidente do Conselho de Administração, entusiasta desta solução, admitiu esperar “ver concretizado em breve o anseio expresso desde sempre de expandir este serviço ao Hospital São Gonçalo, em Amarante, sendo que esta solução tem tido dificuldades na constituição de equipa por falta de recursos que se espera resolver nos próximos tempos”, frisou, relevando a grande ajuda dada pela Irmandade dos Clérigos com a oferta de duas carrinhas para o efeito.

“O índice de satisfação dos doentes e familiares, que corresponde a 100% dos utilizadores do serviço, tem uma taxa de 84% de “muito satisfeitos”, expressou.

Também os utentes e familiares que já usufruíram do serviço enalteceram, segundo o centro hospitalar, esta solução, proferindo frases como: “Foi a melhor coisa que me poderia acontecer”, “Tenho muito a agradecer, poder ter a minha mãe junto da família, na sua casa, no seu final de vida”, “Só fico internado se me mandarem para casa”, “Quando precisar quero que sejam vocês a virem cá a casa”.

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Fotografia: Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa

“A UHD registou dois óbitos, ambos espectáveis por se tratarem de doentes com situações clínicas terminais, cuja família, quando colocada a hipótese de retorno ao internamento hospitalar, manifestou a vontade de manter o familiar em casa, permitindo que estivessem todos juntos nesta fase”, refere a mesma nota.

A equipa da UHD é constituída por seis enfermeiros e três médicos e conta com a colaboração dos Serviços Farmacêuticos, Nutrição e Serviço Social.