Fotografia: Silva & Vinha A.D.R.A.P Sentir Penafiel
A 82.ª edição da Volta a Portugal foi adiada para 2021. A prova foi inicialmente suspensa devido à crise sanitária, chegou a ser anunciada realizar-se entre 29 de julho e 9 de agosto, tendo sido posteriormente suspensa para data a designar.
Em comunicado emitido já esta quarta-feira, a Podium Events e a Federação Portuguesa de Ciclismo comunicaram decidir proceder ao adiamento da 82.ª Volta a Portugal em Bicicleta Santander para 2021.
Segundo a organização, a decisão foi motivada pelo contexto de pandemia gerado pela COVID-19 que tornou inviável a realização do evento este ano.
“A estreita colaboração e empenho das duas entidades na tentativa de viabilizar a organização da prova acabou frustrada após ter sido apresentado à Direção-Geral de Saúde (DGS) um plano de contingência que foi objeto de alterações por parte desta entidade, as quais dificultam seriamente a realização do evento nos moldes habituais. A evolução da pandemia, o estado de incerteza sobre a mesma, assim como a recusa de autorização de passagem e permanência da prova por parte de algumas autarquias, e, atendendo à prioridade inequívoca de proteger a saúde pública com base nas recomendações da DGS, a Podium e a Federação, após avaliadas todas as condições sanitárias e de segurança que um evento de massas como a Volta exige, são forçadas a concluir que não se encontram reunidas as condições para a realização da 82ª Volta a Portugal Santander este ano”, lê-se no comunicado emitido, esta quarta-feira, pela Podium que disse lamentar “profundamente esta decisão, mas é a única que poderia assumir de forma responsável perante o público, equipas, autarquias, patrocinadores e todos os envolvidos”.
No comunicado, a Podium assumiu estar consciente que tal decisão “poderá colocar a modalidade numa situação dramática”.
“Conscientes de que a decisão poderá colocar a modalidade numa situação dramática, e perante o desejo da Federação Portuguesa de Ciclismo de defender o ciclismo profissional e a salvaguarda dos interesses dos ciclistas e equipas, ambas as entidades entenderam na possibilidade de realização de uma Edição Especial , da Volta a Portugal em Bicicleta por parte da Federação Portuguesa de Ciclismo, no estrito interesse do ciclismo enquanto modalidade desportiva, o qual foi formalizado através de um acordo que permite ao órgão federativo desenvolver esforços para organizar uma prova que possa colmatar os efeitos da suspensão da Volta a Portugal Santander. A ser possível a realização do novo evento, este será da exclusiva responsabilidade da Federação Portuguesa de Ciclismo e terá características distintas constituindo uma Volta a Portugal – Edição Especial, pelo que não comprometerá a 82ª edição da Volta a Portugal Santander, que será realizada em 2021 nas datas habituais. Caso seja possível a realização da Volta a Portugal – Edição Especial, a Podium deseja o maior sucesso, especialmente pelo bem da modalidade, e apoiará sempre que possível. A Podium agradece o apoio incondicional dos patrocinadores e dos restantes parceiros essenciais à Volta. Estas entidades apoiaram as decisões tomadas, bem como os períodos de espera necessários para se poder decidir em conformidade com a evolução da pandemia. Todas as decisões foram tomadas no limite de tempo exigido face à imprevisibilidade da pandemia que vivermos, de forma a tentar recolher o máximo de informação e assim tomar a decisão mais adequada face às atuais circunstâncias excecionais”, refere ainda a Podium.
Também esta quarta-feira, a Federação Portuguesa de Ciclismo emitiu um comunicado no qual esclareceu que Edição Especial da Volta disputa-se de 27 de setembro a 5 de outubro, sendo organizada pela Federação Portuguesa de Ciclismo.

Esta estrutura confirmou que a edição tradicional da Volta, enquanto grande festa popular de agosto, com 12 dias de duração, não se realiza, devido à pandemia.
“A Federação Portuguesa de Ciclismo entendeu, no entanto, que a Volta a Portugal é essencial para o futuro do ciclismo profissional no país, tendo decidido organizar uma edição adaptada às circunstâncias especiais em que vivemos. A corrida será composta por um prólogo e oito etapas, tendo as principais caraterísticas de um grande evento de ciclismo: interesse desportivo, forte impacto mediático, capacidade de dinamizar a economia do país e de divulgar o território e garantia de retorno para o investimento dos patrocinadores da corrida e das equipas participantes”, lê-se na nota enviada aos órgãos de informação.
“Depois de a iniciativa da Federação Portuguesa de Ciclismo ter obtido um excelente acolhimento das câmaras municipais contactadas para integrarem o itinerário, decorrem com normalidade os trabalhos para a organização da prova. Oportunamente serão comunicados os detalhes desta Volta a Portugal, que, em 2020, pretende ser especial e inspiradora, um símbolo de um país que supera adversidades para celebrar a vida através do desporto”, acrescenta a mesma nota.