Fotografia: Câmara de Lousada
A Câmara de Lousada é um dos municípios que integra o Projeto CareForest, cofinanciado pelo programa Erasmus+, iniciativa que inclui organizações de Espanha, Noruega, Roménia e de Portugal, que tem como objetivos capacitar e envolver jovens adultos (secundário) e respetivos educadores para a educação florestal e o respeito pelos valores naturais.
O consórcio que integra, também, a ASPEA – Associação Portuguesa de Educação Ambiental, que participa como parceiro, vai desenvolver recursos educativos que vão complementar e enriquecer o ensino de matérias curriculares na área das florestas e prevê a criação de um e-book, uma plataforma digital, workshops e um curso de formação para educadores.
Ao Novum Canal , o vereador do Ambiente da Câmara de Lousada, Manuel Nunes, realçou que o projeto tem, também, como objetivos promover a literacia e cidadania ambiental, salientando que além dos jovens adultos (secundário) destina-se igualmente aos respetivos educadores
O vice-presidente da Câmara de Lousada explicou que o projeto prevê saídas de campo e debates, sendo o seu prazo temporal de 24 meses e terminando a 31 de agosto de 2021.

“ Esse ensino formal é feito nas escolas; o projeto complementa o ensino formal com ensino informal e não formal. Naturalmente aborda matérias e conteúdos curriculares, mas por outra perspetiva e pondo em contacto os jovens com os profissionais ligados à floresta (gestores, biólogos, etc)”, explicou, salientando o património a explorar será o natural e o projeto centrar-se-á principalmente na Mata de Vilar, “mas também noutro arvoredo existente (Gigantes Verdes) e, claro, na Paisagem Protegida Local do Sousa Superior”, disse.
“A Mata de Vilar agrega um ponto importante para a biodiversidade mas também para a memória coletiva local, que há cerca de um século se habituou a visitá-la e contemplá-la”
Falando da Mata de Vilar, o autarca manifestou que estão previstas “saídas de campo educativas, workshops, palestras, e portanto a promoção do contacto real com a floresta, sem ser por via dos livros!”.
O vereador confirmou, também, que a abertura da Mata de Vilar, um importante ativo ambiental no concelho está prevista para o final de 2020.
“A Mata de Vilar agrega um ponto importante para a biodiversidade mas também para a memória coletiva local, que há cerca de um século se habituou a visitá-la e contemplá-la”, concretizou, sustentando que foram realizadas várias intervenções na Mata de Vilar, nomeadamente “arranjo muros e vedações, construção do Centro de Interpretação, mapeamento e implementação de trilhos, beneficiação ecológica, por exemplo por meio da (re)construção de uma linha de água, entre outras obras ainda em curso”.

Referindo-se à Mata de Vilar, Manuel Nunes manifestou que além do seu valor natural, este é também um ativo económico.
“A Mata gera emprego, gera receita por via do turismo, é um ativo social, um pólo de dinamismo educativo e cultural, entre outras aspetos claramente destacadas no apoio atribuído pelo Turismo de Portugal”, avançou, reconhecendo que é também um ativo do ponto de vista turístico.
Interpelado sobre os projetos e a estratégia que o município tem para a Mata de Vilar, o responsável pelo pelouro do ambiente assumiu que a autarquia “irá consolidar o programa cultural que já estava em curso (por exemplo com a realização de concertos de música clássica, erudita ou de câmara) e complementá-lo com um programa educativo muito completo, endereçado aos mais diversos tipos de público. Adicionalmente, irá permitir um contacto de maior proximidade com a comunidade sénior local e os respetivas artes e ofícios tradicionais, valorizando-os e dando-lhes escala e relevância”.

Quanto à possibilidade de outros espaços serem alvo de intervenção idêntica, o autarca recordou que nos anos recentes, “já vários espaços têm vindo a receber intervenções similares, numa lógica de melhoria dos ecossistemas e beneficiação da biodiversidade. São exemplos as Captações de Água (Serra de Campelos), o futuro Parque Molinológico de Pias, não esquecendo a criação da Paisagem Protegida do Sousa Superior e a intenção de criara a primeira rede municipal de micro-reservas em Portugal”, atalhou, afiançando que Lousada integra, no seu território, outros espaços com elevado valor natural e turístico que podem ser devidamente potenciados.
“O conjunto das áreas identificadas como microrreservas, onde se incluem várias casas e quintas senhoriais com elevado potencial turístico e para a conservação da natureza, o Parque Molinológico de Pias e também os terrenos de Vila Pouca, em Meinedo”, acrescentou.