Fotografia: Paredes Golfe Clube
O diretor de campo, do Paredes Golfe Clube, Arménio Santos, destacou, em declarações ao Novum Canal, que o clube não ficou inume aos efeitos da crise sanitária quer no período de confinamento e mesmo na fase de desconfinamento, tendo reajustado o seu calendário de provas e competições.
“O Paredes Golfe Clube não ficou imune aos efeitos da pandemia. Obviamente que, estando dois meses sem atividade no Campo do Aqueduto – embora estivéssemos muito próximos dos associados e atletas com recurso às redes sociais e vídeo-conferências – houve perdas importantes. Houve quebra de receitas em torneios, aulas individuais, máquina de bolas e, sobretudo, Workshops de Golfe. Habitualmente recebemos muitos grupos, nomeadamente durante as interrupções letivas, que este ano não nos puderam visitar… E no Verão já tivemos cancelamentos que representam perdas de milhares de euros. No entanto, como o Paredes Golfe Clube está bastante estruturado e tem um bom sistema de membership não vai “sofrer” tanto como os campos puramente comerciais. No Algarve, por exemplo, há campos de golfe a perder mais de 10 mil euros por dia, por estarem encerrados. Esta incerteza e a continuidade das medidas de contenção, nomeadamente as restrições impostas pelos governos europeus, particularmente penalizadoras para Portugal, fará com que os projetos de Golfe, muito dependentes do turismo, corram sérios riscos de colapsar”, disse, salientando que Campo do Aqueduto reabriu, parcialmente e com inúmeros cuidados e um rigoroso plano de reabertura – definido em sintonia com a autarquia, no dia 6 de Maio, mas todo o calendário de provas está a ser ajustado.
“Sim, todo o nosso calendário ainda está a ser ajustado. No Paredes Golfe Clube temos, entre competições internas e externas, para adultos ou academia, quase 100 provas por ano. Muitas perder-se-ão, mas o grande desafio é condensar as mais relevantes em poucos meses”, expressou.
Arménio Santos declarou que apesar da golfe ser um desporto individual, o condicionamento vai continuar a fazer-se sentir, pelo menos até ao final deste ano.

“O golfe é uma modalidade individual, que se pratica ao ar livre. Isso permitiu que fosse uma das primeiras a ter autorização do Governo para retomar. No entanto, devido às contingências impostas, por exemplo, no número de alunos por sessão, acreditamos que, pelo menos até ao final do ano 2020, o condicionamento vai continuar. A nossa responsabilidade é ter a capacidade de adaptar a atividade do clube a esta nova realidade. Temos de ser criativos e ambiciosos para, mesmo em tempos de crise, conseguirmos “dar a volta” e garantir a sustentabilidade de um clube com grande responsabilidade social”, concretizou, admitindo existir o receio que possa ocorrer uma segunda vaga.
“ Claro que há esse receio. Mas os últimos meses ensinaram-nos que temos de ter o plano A, mas também o B, C e D. Temos trabalhado de forma a que possamos tomar rapidamente decisões que minimizem os efeitos de uma segunda vaga”, acrescentou.
Quanto à realização de provas, Arménio Santos esclareceu que desde o dia 1 de Junho que as competições de golfe são permitidas.
“Sim, já o estamos a fazer. Desde dia 1 de Junho que as competições de golfe são permitidas e não fazia sentido ser de outra forma. O Campo do Aqueduto tem 6 hectares, onde em simultâneo estão, no máximo, 36 jogadores em competição. Sem esforço todos conseguem cumprir o distanciamento social mínimo de 2 metros. Nas aulas e Driving Range temos estabelecido uma lotação máxima e solicitamos a reserva prévia. Na receção só uma pessoa pode estar no interior com outro elemento do staff, usando máscaras e todos os dispositivos de mitigação do perigo de contágio. Ou seja, se há local seguro para a prática desportiva, é o Campo de Golfe”, sustentou.

Na se fase mais aguda da crise sanitária, Arménio Santos concordou que foi um desafio “manter a chama acesa”.
“Foi um desafio “manter a chama acesa”, mas penso que fomos bem sucedidos. Inclusivamente fizemos novos associados durante o período de confinamento. Porquê? Houve um enorme trabalho de comunicação. Quer através de redes sociais, quer pelos canais de comunicação interna. Fizemos concursos de skills, aulas online, passatempos, etc. Acho que os jogadores de Golfe nunca tinham percebido que dá para treinar na carpete da sala ou na varanda… Recebemos inúmeros vídeos criativos dos associados e isso contribuiu para aumentar a “fome” de golfe!”, avançou.
“Politicamente, não é fácil apoiar uma modalidade como o golfe. No entanto, a coragem de o fazer tem demonstrado uma repercussão na Educação e Cidadania da população local”
Questionado acerca da visibilidade que o Paredes Golfe Clube tem hoje na região, o diretor de campo declarou que a instituição tem cumprido com o seu papel.
“O que sinto é que temos cumprido o nosso papel. Quer do ponto de vista da promoção e democratização da modalidade, quer da responsabilidade social, quer da dinamização do território. Quem visitar o Campo do Aqueduto, em qualquer dia ou a qualquer hora, arrisca-se a ver uma criança de 6 anos a jogar ao lado de uma pessoa de 88. Temos alunos da Escola Pública que treinam com utentes com necessidades especiais. Temos torneios que trazem, todos meses, dezenas de jogadores portugueses e estrangeiros a Paredes…”, assumiu, sublinhando que o projeto tem beneficiado e contado com o apoio da Câmara de Paredes.
“Sempre, sem reticências. O Paredes Golfe Clube existe porque é um projeto social e com uma identidade muito particular. Há uma imagem um pouco ultrapassada do Golfe, que nós estamos a conseguir vencer, devido ao que preconizamos: abertura à comunidade, sensibilidade para causas e o investimento na Educação das nossas crianças e jovens. No entanto, este trabalho só é possível graças ao apoio da Autarquia, que desde cedo percebeu o impacto social que o Golfe tem no município. É a parceria com a Câmara Municipal de Paredes que permite ao clube manter o seu “core business” nas pessoas e nas causas sociais. Politicamente, não é fácil apoiar uma modalidade como o golfe. No entanto, a coragem de o fazer tem demonstrado uma repercussão na Educação e Cidadania da população local. Esta visão geracional é pouco comum na política e, por isso, devemos “tirar” o chapéu à Câmara de Paredes. Da nossa parte – é importante ressalvar – arregaçamos as mangas, procuramos fazer bem o nosso trabalho e colaboramos em diversos projetos, sempre que nos é solicitado, o que nos permite devolver um pouco do esforço do município”, confessou.

Arménio Santos confirmou, por outro lado, que o Paredes Golfe Clube beneficia do privilégio de ser acarinhado pela comunidade local.
“Somos, de facto, um clube privilegiado pela comunidade onde está inserido. As nossas empresas, a Junta de Freguesia de Paredes e a comunidade escolar têm dado dimensão ao nosso trabalho. O Agrupamento de Escolas de Paredes, por exemplo, tem um Centro de Formação Desportiva de Golfe que organiza, em colaboração com o Paredes Golfe Clube, variadíssimos eventos, incluindo competições do Desporto Escolar. São cerca de 1500 pessoas que passam, todos os meses, pelo Campo de Golfe e isso também se deve à articulação com a instituição Escola”, precisou.
O Campo do Aqueduto está localizado em Vila Cova de Carros, concelho de Paredes. O campo beneficia de condições naturais únicas, tem nove buracos, zona de treino, entre outras valências.