Fotografia: Exames.não
Estudantes e várias associações do país vão promover, esta quinta-feira, várias ações de protesto, reivindicando o fim dos exames nacionais, a partir da plataforma #ExamesNAO, que tem como meta sensibilizar a opinião pública e as entidades políticas em relação aos problemas que os exames nacionais colocam aos estudantes.
Ao Novum Canal, Afonso Beirão, um dos estudantes que integra este movimento, defendeu o fim dos exames nacionais e revelou que a realização dos mesmos num contexto de pandemia sanitária e de ensino à distância cria distorções entre os alunos que têm menos condições socioeconómicas, que neste contexto, têm mais dificuldades em acompanhar as aulas como seria suposto e desejável.
Afonso Berrão revelou, também, que além do fator da discricionariedade, além de não estarem preenchidas as condições objetivas para a execução dos mesmos, muitos estudantes que vão ter de fazer as provas , não dispõem, nas suas residências, das condições subjetivas para se preparem devidamente.
O estudante manifestou, também, que os exames nacionais são por si só um instrumento “perverso de avaliação”, considerando que a sua implementação tem como objetivo final “elitizar o ensino” e agravar as dificuldades económico-sociais entre alunos.
Afonso Beirão criticou, também, a visão academicista de que enfermam os exames nacionais, sustentando que estes não avaliam a capacidade crítica do aluno, o saber-fazer e outras competências, tendo os mesmos um peso bastante significativo na avaliação final e consequentemente no ingresso ao superior entre 30 a 50%, variando de estabelecimento de ensino para estabelecimento de ensino, assim como na nota interna.
Com esta ação, Afonso Beirão declarou que os estudantes querem uma avaliação justa e continua que valorize e tenha em conta o trabalho que é realizado nos últimos três anos e dignifique também o trabalho dos docentes, reforçando que os alunos estão disponíveis para negociar uma saída para um problema que afeta milhares de alunos.