Fotografia: Câmara de Paredes
Vários operadores ligados à restauração no concelho de Paredes revelaram ao Novum Canal que a retoma no setor está a ser feita de forma gradual, mas sem o ímpeto e o crescimento verificado antes do período da crise sanitária.
Nelson Filipe, do restaurante a Adega Regional O Verde, restaurante familiar situado e Gandra, revelou que a retoma está a ser feita de forma lenta, embora já constate que começa a existir mais movimento, embora ainda incipiente para fazer face aos prejuízos acumulados na sequência da crise sanitária e do declarar do Estado de Emergência que obrigaram a que as unidades de restauração tivessem que encerrar durante vários meses.
“Embora de forma gradual, verifico que as pessoas, sobretudo os mais jovens, estão a regressar, mas há ainda algumas dúvidas e alguma incerteza”, expressou, salientando que as quebras na faturação ainda são significativas, embora vão chegando para pagar as despesas.
Carla Matos, do restaurante “A Gruta”, localizado no centro da cidade de Paredes, conhecido pelo ambiente familiar e pelos pratos tradicionais da cozinha portuguesa, mostrou-se, também, apreensiva e preocupada quanto ao futuro do setor.
“Reabrimos quando tivemos indicação e autorização para isso, mas as dúvidas são muitas e a retoma vai demorar”, frisou, salientando que além do medo que persiste em alguns clientes, a crise sanitária atingiu de forma severa muitas famílias e agregados familiares que viram os seus rendimentos serem afetados, sendo que muitas estas pessoas ficaram em lay-off e já não gozam da mesma disponibilidade financeira.
“Além da diminuição das mesas, o movimento de clientes diminui de forma significativa. Já as despesas, essas são constantes. É preciso pagar a luz, as arcas têm de estar ligadas, temos de liquidar a renda e pagar os impostos”, acrescentou, assumindo que a retoma nos restaurantes para os níveis antes da crise sanitária vai demorar o seu tempo e mesmo as refeições Take Away são incertas e variam.
Também na Adega Regional Poeira, localizado na cidade de Gandra, conhecida pelos petiscos típicos da região, partilhou o mesmo sentimento e as mesmas angústias quanto ao futuro da restauração.
“Abrimos no dia 19 de maio, mas verificamos que o movimento e mesmo a faturação caiu de forma significativa”, revelou fonte ligada ao restaurante, que considerou que a retoma vai ser feita num período longo, sendo por isso vital que o Governo continue a ajudar o seco, nomeadamente através do mecanismo do ‘lay-off como forma de garantir a normalização das atividades dos restaurantes, nesta fase.