O deputado penafidelense, António Cunha, manifestou, este sábado, em Fonte Arcada, a propósito do arranque das aulas presenciais para todos os alunos já em setembro, que todos os atores e agentes políticos estão a fazer um esforço para que seja possível reabrir as aulas dentro da normalidade, mas advertiu para a necessidade do Governo ter um plano B e C.
“Gostaria que assim fosse. Nesse campo estamos todos a dar o nosso contributo para que seja possível as aulas reabrirem dentro da normalidade. Agora, à distância de dois meses e meio não sabemos se isso vai ser possível. Suponho que esse seja o plano A do Governo, mas tem de haver um plano B e se calhar um plano C porque caso não seja possível, coloca-se a questão: como é que vamos fazer? O Ministério da Educação tem a obrigação de nos dizer que além deste plano, após a realização dos exames da segunda fase, as escolas arranquem em “ful time”, mas se isso não for possível obrigatoriamente terá de haver um plano B e um plano C. Aliás, esse plano C até pode ser para uma segunda fase quando vier a Covid-19 em novembro, dezembro, no inverno. Portanto, teremos que estar preparados para isso e antecipar isso porque se tentarmos resolver as coisas em cima da hora, poderemos perder aquilo que foi conquistado até ao momento”, expressou.

“Achamos que os exames nacionais são fundamentais para aferir e para regular a entrada no ensino superior, mas também o final do ensino secundário”
Já quanto as ações que estão previstas acontecer durante esta semana contra os exames nacionais, iniciativa que será realizada a partir da plataforma #ExamesNAO, o deputado de Penafiel eleito pelo círculo eleitoral do Porto à Assembleia da República manifestou não defender o fim dos exames nacionais, embora admita que é preciso valorizar competências como o saber-fazer, a experiência, do argumentar, do pensar, entre outras.
“Defendemos que os exames não são perfeitos, mas neste momento, tendo em conta a estrutura do nosso ensino, achamos que os exames nacionais são fundamentais para aferir e para regular a entrada no ensino superior, mas também o final do ensino secundário. Não defendemos uma extinção dos exames. Somos a favor de uma remodelação que tenha em conta a avaliação de competências. Os exames do ensino secundário têm uma visão, do nosso ponto de vista, muito academicista. A escola mudou, a sociedade mudou. Temos que avaliar competências do pensar, do argumentar do saber-fazer e da experiência. Os exames vêm de uma estrutura bastante antiga. Houve mudanças? Houve, mas do nosso ponto de vista ainda têm muito essa noção do que se faz em três anos e chega-se ali durante uma hora e meia, duas, no máximo, e descarrega-se isso”, expresso, admitindo ser um elemento fundamental para o futuro dos alunos e toda a estrutura, toda a plataforma de exames em termos de agrupamento e em termos de toda a estrutura que vai pôr essa máquina já está a funcionar.
“Este ano o Governo arranjou esta solução, de fazer apenas alguns exames, nomeadamente aqueles que sirvam para a tal média do ensino superior. É evidente que houve alunos que no ano passado ou porque não entraram ou porque optaram por este ano fazer melhorias , investir este ano, foram confrontados com a Covid-19 e viram as suas expectativas defraudadas. Aliás, esta quarta-feira vou receber quatro peticionários por causa dos exames nacionais, mas trata-se de um assunto que vem um bocado a destempo porque o Governo já decidiu. Toda a estrutura, toda a plataforma de exames em termos de agrupamento de exames e em termos de toda a estrutura que vai pôr essa máquina a funcionar já está no terreno. As coisas não são feitas de um dia para o outro. As escolas já estão a preparar exames, os exames já estão feitos e o calendário está aí e é para se fazer. Acho que não podemos andar para trás e para a frente porque senão isto fica uma indefinição. Se teríamos feito de outra forma? Se calhar sim, mas o Governo é que esta a governar e é que sabe”, concretizou.
Refira-se que as ações de Protesto – Exames Não estão agendada para o dia 25 de Junho, às 15h20, à frente da Direção Regional de Educação do Norte (DREN) e têm com o objetivo sensibilizar a opinião pública e as entidades políticas em relação aos problemas que os exames nacionais colocam aos estudantes.