Luís Filipe Menezes, comentador do Novum Canal, voltou a defender, esta sexta-feira, no novo espaço de comentário a ele dedicado, a possibilidade de em comunidades vacinadas com a BCG a probabilidade da taxa de mortalidade pela Covid-19 ser menor.
“Eu não descobri nada. Sou um leitor compulsivo, a internet hoje permite-nos ter acesso a milhares de publicações e há um mês e meio atrás, eu e outra pessoa, um jornalista, o Rui Pedro Braz, da TVI, fizemos essa compilação do que em todo o mundo se começava a escrever inclusivamente pequenos artigos científicos à volta de uma questão que continua em cima da mesa. É que quando olhamos para esta pandemia constatamos alguns factos muito curiosos que quase nos remeteriam para as teorias da conspiração de que ninguém gosta de falar, mas factos curiosos como, por exemplo , entre 70 a 80% dos cidadãos infetados no mundo, que tem mais de sete biliões de pessoas, 70 a 80% dos infetados estão confinados à Europa e aos Estados Unidos e muito perto de 80% dos mortos, dos óbitos, são de seis países. Entre mais de 200 países do mundo, os óbitos estão em seis países. É bizarro”, disse, salientando que Justificar isto com as medidas de confinamento não é fácil porque há variações enormes entre países que tiveram comportamentos semelhantes.
“Parece que a África-subsaariana, países superpovoados como a Índia, Paquistão e o Bangladesh são poupados à pandemia. Porquê? Nessa altura eu e o Rui Pedro Braz começamos a defender a tese do BCG, não porque nós a tivéssemos inventado, mas porque havia publicações um pouco por todo o mundo, na Austrália, Estados Unidos e na Europa a defenderem essa possibilidade. Portanto, o BCG a dar um determinado tipo de proteção imunitária de caráter geral que justificava, por exemplo, que os países satélites da antiga União Soviética, e ainda ontem a notícia era que a Letónia, a Estónia e a Lituânia, os três em conjunto iam reabrir os seus mercados porque o número de óbitos era uma coisa irrelevante”, afirmou, reforçando que esta é uma explicação que de necessitava de comprovação científica, estudos e aprofundamento.
“Pode-se vir a confirmar, como pode não vir a confirma-se, mas há uma questão que é essa está em cima da mesa e penso que do ponto de vista epidemiológico, da evolução da pandemia continua a ser uma questão séria: porquê países tão atingidos? Porquê países muito povoados poucos atingidos, inclusivamente, sendo dos mais pobres e com piores sistemas de saúde”, sustentou.