O segundo secretário da Assembleia de Freguesia de Vilela, José Manuel da Silva Rocha, (PPD/PSD), renunciou ao cargo que ocupava na Assembleia de Freguesia em desacordo com o atual executivo liderado por Mariana Silva.
Ao Novum Canal, o ex-secretário realçou que na origem da sua decisão está o facto do atual executivo “desconsiderar” os elementos da Assembleia de Freguesia eleitos pelo PPD/PSD, não os convidando para determinados eventos, optando por trabalhar e se fazer representar nesses mesmos eventos por um grupo de pessoas que não fazem parte da lista e da Assembleia de Freguesia.
José Manuel Rocha referiu que o copo de água transbordou aquando da cerimónia do 25 de Abril que decorreu na sede da Junta de Freguesia de Vilela, não tendo a presidente da junta de freguesia convidado, segundo o próprio, os elementos da Assembleia de Freguesia do PSD.
“Não tenho nada contra as pessoas que não pertencem à junta de freguesia e à Assembleia, mas defendo que o executivo deveria respeitar os eleitos, os membros do PSD, convidando-os para os eventos”, disse, salientando que sempre pautou a sua atuação e intervenção pela transparência e pelo rigor.
O ex-demissionário segundo secretário da Assembleia de Freguesia manifestou estar “descontente” e “desiludido” com esta situação e recordou que sempre deu o melhor em prol de Vilela e que este ano iria completar 12 anos de funções ao serviço da causa pública.
José Manuel Rocha avançou, também, que há cerca de oito dias reuniu com o executivo e os membros da Assembleia de Freguesia no sentido de explicitar o seu degradado com esta situação, mas lamentou que a atual presidente da junta não fosse sensível aos seus argumentos.
“Disse coisas que não devia ter dito, isso fez com que se enervasse e depois pedisse a demissão”
José Cruz, ex-presidente da Junta de Freguesia durante 12 anos e líder da bancada do PSD na Assembleia de Freguesia, considerou não estar surpreendido com a renúncia ao cargo por parte de José Manuel Rocha.
“Ele já tinha feito parte da minha lista, é uma pessoa que está sempre com muita ambição e a ambição dele só existe na cabeça dele e acho que os vilelenses nunca lhe vão dar a hipótese que ele pretende. Tomou esta decisão quis dizer o dito por não dito, mas havia provas que ele é que estava errado. Ficou enervado com ele próprio e pediu a demissão”, afirmou, recordando que quanto ao argumento das comemorações do 25 de abril, a chefe do executivo não convidou nem o executivo dela nem a oposição.
“Disse coisas que não devia ter dito, isso fez com que se enervasse e depois pedisse a demissão”, reiterou, sublinhando que o partido é constituído por gente capaz para assumir as responsabilidades que lhe foram confiadas e irá continuar a zelar pelo desenvolvimento da freguesia.
“Esta atitude a mim não me surpreende. Já lido com ele há vários anos. Ele precipita-se um bocadinho e quer dar o passo maior que a perna e isso não pode ser”, confessou.
“Não posso permitir que haja elementos desestabilizadores”
Mariana Silva alinhou também pelo mesmo diapasão do líder da bancada do PSD e manifestou que esta era uma decisão esperada.
“Esta situação não me surpreendeu e, ao contrário do que aconteceu com um membro do CDS-PP, era uma decisão concertada, por isso esta renúncia foi acolhida com satisfação e toda a equipa já estava à espera dela. Os motivos que levaram à renúncia em nada tem a ver com o trabalho do executivo como foi referenciado na carta, com a insatisfação do trabalho do executivo. Tem a ver com questões pessoais e como costumo dizer desde que abracei esta causa política só tenho uma forma de estar na vida que é a frontalidade. Quando alguma questão vem ao de cima é discutida em equipa perante todos e nunca na individualidade. Foi uma situação que surgiu a título pessoal com o visado e na sequência dessa situação o mesmo apresentou a sua renúncia que foi bem acolhida por todos os demais. É uma questão que tem a ver com a minha forma de ser porque eu prezo muito a fidelidade, a dedicação e o empenho de todos os membros da minha equipa. Não posso permitir que haja elementos desestabilizadores na mesma e se todos abraçarem a mesma causa com empenho serão bem-vindos. Quem vier com outros intuitos que não esses, não tem espaço no grupo”, assegurou, asseverando que apesar desta situação a sua equipa vai manter-se unida e coesa.
“Se haveria alguma dúvida sobre o apoio incondicional da restante equipa, este ficou totalmente dissipado porque todos os membros que me acompanham a faziam parte da nossa lista mostraram-se solidários e disponíveis para continuar este trabalho que temos vindo a desenvolver”, declarou.
O lugar de José Manuel Rocha vai ser ocupado por Maria Delfina Barbosa.