O técnico da Associação Desportiva de Lousada terminou a sua ligação à Associação Desportiva de Lousada.
Em declarações ao Novum Canal, o treinador que passou já vários emblemas (Caíde de Rei, Baião, Barrosas, Aparecida Futebol Clube) referiu que após reunião com a atual comissão administrativa do Lousada, ficou decidido consumar-se o fim da ligação entre o técnico e a sua equipa técnica e o clube.
“Quando terminam as épocas também cessam os compromissos dos treinadores e jogadores com os clubes. O que acontece posteriormente é a manifestação de interesses de ambas as partes para se dar continuidade ao trabalho. Neste caso, as pessoas que dirigem atualmente o clube não são as que me contrataram e entenderam que deveriam optar por outro treinador”, disse, salientando que o Lousada é um clube de grande dimensão e responsabilidade e onde se sentiu bem.
“Estaria motivado para continuar se houvessem condições para tornar a equipa mais capaz que na época anterior. No entanto não me foi feito o convite para continuar e eu aceito naturalmente a decisão”, adiantou.
Ao Novum Canal, o técnico, professor de educação física e desporto, confirmou que a atual situação de crise sanitária que a região e o pais estão a viver influenciou de alguma forma este desfecho.
“Acredito que sim. Vejamos, cheguei ao clube no final de Dezembro, sendo o terceiro treinador, com a equipa abaixo da linha de água e com apenas uma vitória. Foi preciso tempo para levantar a crença daqueles jogadores e organizá-los segundo as ideias da nova equipa técnica. Fizemos 10 jogos até à paragem das competições. Durante esses dois meses foram muitos os percalços: perdemos pontos na secretaria por erros administrativos de início da época, caiu parte da comissão administrativa, jogamos o calendário mais difícil defrontando todas as equipas da primeira metade da tabela. Para além disso foi impossível contratar como precisávamos. Apesar do cenário descrito, nos últimos sete jogos que fizemos, nos que perdemos, foram sempre pela margem mínima. A equipa manteve-se sempre determinada, responsável, crente e a jogar um futebol agradável”, expressou, sublinhando que quando iniciou o surto da Covid-19 faltavam cinco jogos que seriam maioritariamente com equipas que lutavam pela manutenção e com orçamentos equiparados ao Lousada.
“Toda a gente sentia que estávamos perto de voltar a ganhar. E esses cinco jogos poderiam ter deixado uma imagem ainda mais positiva do nosso trabalho, sobretudo com mais pontos, porque na verdade foram apenas dois meses, sem grande tempo porque a competição decorria e com todo o fracasso desportivo que já vinha de trás”, manifestou.
Falando do seu percurso pelo Lousada, Filipe Teixeira realçou, também que o “atual momento tem dificultado a reorganização diretiva pela convocação de eleições”.
“ Para além disso, o atual momento tem dificultado a reorganização diretiva pela convocação de eleições. Neste momento apenas existe parte da comissão administrativa que assumiu funções nos primeiros meses da época desportiva. Após as eleições quem vier assumir o clube até poderia (ou poderá) desejar a minha continuidade. Portanto considero que sim, claramente a crise sanitária influenciou este desfecho. No entanto saímos cobertos de elogios e palavras de gratidão, mas são decisões e escolhas que os diretores têm que tomar e assumir”, concretizou.
Questionado sobre o projeto que tinha para a Associação Desportiva de Lousada, Filipe Teixeira reconheceu que o seu objetivo passava por criar uma equipa competitiva que garantisse uma boa classificação.
“Quando as competições foram dadas como concluídas a grande preocupação seria a de resolver o impasse diretivo. Convocar eleições para quem assumir o clube apresentar a ideia de futuro que pretende. Esse teria de ser o primeiro passo para que depois o treinador pudesse analisar e decidir se pretendia trabalhar sobre essa ideia. Aquilo que eu pensava era essencialmente criar uma equipa competitiva que garantisse uma boa classificação e onde não existissem as lacunas que encontramos aquando da nossa chegada”, avançou
Sobre o seu futuro, o técnico esclareceu que vários clubes já o tinham contactado sobre a sua disponibilidade ou se estaria novamente vinculado ao Lousada.
“Aguardei conforme os diretores da AD Lousada me pediram aquando da paragem da competição devido à pandemia, e naturalmente dei prioridade a que se pronunciassem. Depois deste desfecho volto a ser um treinador livre e disponível”, afirmou, sublinhando que tem objetivos muito claros daquilo que quer para a sua carreira.
“Eu estou no futebol de forma muito séria e profissional, ou seja, não é um passatempo. Tenho objetivos muito claros naquilo que quero para a minha carreira e estarei disponível para onde haja desafio”, confessou.