Parto da premissa de que todos os casais têm conflitos e que a vida conjugal é cercada
de desafios, que, em razão deste isolamento em casa, imposto pela Pandemia, poderão
intensificar-se e deixar qualquer um de nós com os ‘nervos à flor da pele’, gerar mais
facilmente tensão e levar a desentendimentos maiores numa relação amorosa.
A divisão do espaço doméstico com o conjugue durante 24 horas e consequentemente a
falta de privacidade/momentos a sós, a rotina inédita do teletrabalho e do ensino à
distância das crianças bem como, cobranças na organização do lar são possíveis razões
que estarão na base de desconforto e discussão.
A Psicologia – com abordagem familiar e de casal – visa contribuir para a otimização dos
recursos da conjugalidade antes que uma relação adoeça, dando a conhecer ferramentas
efetivas e maneiras mais eficazes para que uma divergência possa ser melhor
encaminhada.
Por tal, também durante esta experiência que vivemos, importa destacar quais são as
melhores estratégias para aliviarmos a pressão e ultrapassarmos sem mazelas
significativas a atual situação.
Ora veja:
- Respeito pela Individualidade: nem sempre o outro estará disponível para interagir e
por isso, é fundamental que seja respeitado o seu tempo, espaço e ritmo próprio. - Comunicação Eficaz: um diálogo construtivo, a escuta ativa e uma mentalidade de
crescimento farão com que cada elemento do casal se expresse e exponha as suas
dificuldades e preocupações sem receio de ser mal entendido. - Tolerância: qualquer pequena falha do seu companheiro nesta fase poderá agigantarse e desencadear reações exageradas. Foque-se nas características positivas e evite
criticar de forma automática. - Momentos a Dois: reserve tempo de qualidade a dois, para a descoberta do outro e
para compreender o tipo de dinâmica relacional que mantêm, especialmente se tem
filhos. - Validação das Emoções: os sentimentos da outra pessoa são válidos, não os
minimize ou catastrofize. A empatia permitir-lhe-á oferecer conforto e ajudar a outra
pessoa a encarar esta fase de adversidade como um momento de aprendizagem. - Momentos de Lazer: rentabilizar o tempo para ler, dançar ou realizar qualquer outra
atividade prazerosa será essencial para regular as emoções menos agradáveis que
poderá estar a sentir. Dessa forma, lidará melhor com a frustração e será menos
provável que descarregue a sua raiva no outro. - Horários e Tarefas: é crucial que delimite qual o seu horário de trabalho. Há casais
que criam escalas enquanto outros preferem gerir-se pela ordem de prioridades.
Definir uma lista de tarefas fixas e variáveis e decidir quem e como irão ser feitas,
poderá ser igualmente uma opção válida. - Assuntos delicados: assuntos que, à partida, são motivo de conflito elevado deverão
ser evitados.
Boa reflexão e boas mudanças!
Marina Ferreira da Silva – Psicóloga