«A utilização maciça de testes, com deteção precoce dos casos existentes e dos cidadãos já imunizados, pode contribuir para minorar os efeitos da pandemia por COVID-19, reduzindo infetados e óbitos.» O alerta é de um grupo de investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, do CINTESIS – Centro de Investigação de Tecnologias e Serviços de Saúde e dos Hospitais de Braga e de Matosinhos.
Prevê-se que a imunidade populacional alargada só será possível dentro de muitos meses. Acontecerá, eventualmente após centenas ou milhares de mortes e obrigando a um confinamento social estrito e prolongado. Os especialistas propõem a utilização alargada de testes moleculares de diagnóstico. “Investir na aquisição e produção nacional de testes, quer moleculares quer serológicos, poderá constituir a melhor estratégia. Será fundamental testar regularmente todos os profissionais de saúde e todos os trabalhadores do setor primário no ativo, bem como todos os doentes ou utentes internados ou institucionalizados (prisões e lares – que se têm revelado um foco importante de difusão da doença) e todos os contactos dos casos positivos“.
Note-se que os testes serológicos podem ser usados em grande escala, como está a ser avaliado no Reino Unido e Alemanha, para identificar quem já desenvolveu anticorpos contra o SARS-Cov-2 (e está imune). “Esta medida possibilita um retorno mais precoce à atividade laboral sem comprometer a segurança coletiva“, salienta Herlander Marques, investigador do CINTESIS e médico no Hospital de Braga.